Ex-Disney revela experiência traumatizante com “cura gay” e eletrochoque

O ator Matthew Scott Montgomery revelou que passou por terapia de conversão enquanto estrelava programas populares do Disney Channel. O ator que participou da série de esquetes So Random! e também apareceu em Shake It Up, Austin & Ally e Jessie no início de 2010 recentemente foi convidado do podcast “Vulnerable”, onde abriu sobre suas lutas com sua sexualidade e as terapias intensivas pelas quais passou para “tratá-la”.

Agora com 34 anos, o ator reflete: “Eu cresci: você descobre em que esporte você é bom e ganha uma bolsa de estudos para isso”, disse no podcast. “Se isso não funcionar, você ganha uma bolsa de estudos, vai para a faculdade, encontra uma mulher para se casar e depois consegue uma casa. Essa foi a única opção que me disseram ou vi. O que parece ser meu primeiro pesadelo. Sem ofensa a ninguém.”

Montgomery mudou-se para Los Angeles para seguir seus sonhos de Hollywood ainda adolescente. Aos 20 e poucos, quando começou a trabalhar regularmente em programas do Disney Channel, ele se inscreveu em terapia de conversão na tentativa de se convencer de que poderia ser heterossexual. Ele ressalta que a rede não teve nada a ver com a terapia – a decisão foi de “livre vontade” dele.

Conforme detalha o ator, suas visitas iniciais ao centro de terapia duravam três horas por semana e envolviam “atividades” como preencher planilhas e pedir desculpas ao pai por ser “um menino sensível e artístico”. Mas os tratamentos tornaram-se gradualmente mais intensos, incluindo hipnose e técnicas de eletrochoque, que envolviam segurar hastes de metal que administravam choques que se tornavam mais dolorosos à medida que ele pensava ou falava sobre homens heterossexuais.

Embora admita que ainda lida com os “efeitos colaterais” da terapia de conversão, Montgomery acabou conseguindo sair. Ele também superou isso graças à sua amizade próxima com outras ex-estrelas queer da Disney, como Demi Lovato e Haley Kiyoko, que ofereceram seu apoio. “Ela e eu nos tornamos amigos e nos unimos”, diz ele sobre este último. “Família conhece família, quando você encontra outra pessoa queer você simplesmente sente isso, você se apega a essa pessoa.”