“Jesus” de “O Auto da Compadecida” sofre homofobia e racismo nas redes

O jovem ator Gabriel de Farias, sofreu ataques racistas e homofóbicos nas redes sociais após ser escalado para o papel de Emanoel (o Jesus) da peça “O Auto da Compadecida”. O incidente aconteceu após a divulgação da foto do ator, um homem negro e gay, que interpreta o papel de Jesus na peça. A postagem no Facebook anunciava o início da temporada. Lembrando que o papel já foi, anteriormente, interpretado por um ator negro na TV, Milton Gonçalves Filho.

“Ué, o Auto da Compadecida era um ator careca nordestino e uma mulher idosa no papel de santa e agora é um jovem negro, trans, não binarie, LGTV, pró maconha de black power? Depois da branca de neve feia, da pequena sereia negra e da fada madrinha negro gay, vem mais essa agora”, comentou um internauta que teve seu perfil denunciado.

Usuários começaram a criticar a escalação, questionando a representação de Jesus no contexto da obra de Ariano Suassuna. Diante da situação, a escola In Cena Casa de Artes e Produções, responsável pelo espetáculo, emitiu uma nota de repúdio condenando veementemente o ocorrido. Gabriel de Farias, acompanhado pelo advogado da produtora, registrou um boletim de ocorrência acusando os agressores de injúria racial, crime equiparado ao racismo.

“O Auto da Compadecida”, resultado de um processo lindo, cheio de amor, cumplicidade e respeito. Uma obra clássica, atual, que nos ensina tantas coisas e que convida à reflexão. Entretanto, para nossa surpresa e indignação, um dos nossos posts de divulgação do espetáculo recebeu comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos. É triste, revoltante… por vezes, inacreditável”, diz a nota que termina afirmando que o ato não ficará impune.

Bee 40tona

Você vai curtir!