Jovem gay é detido e espancado no porão de delegacia durante três meses na Rússia

Um homem gay checheno que desapareceu após a divulgação de um vídeo em que era forçado a revelar sua identidade sexual conseguiu escapar da Rússia após ser torturado durante três meses em porão de delegacia, de acordo com o grupo ativista local SK SOS Crisis Group, que facilitou seu resgate.

Rizvan Dadaev desapareceu durante cerca de três meses em julho de 2022, após a divulgação de um vídeo onde, em evidente angústia, foi forçado a revelar a sua identidade sexual por um grupo de homens que se presume serem membros do governo checheno. Com a ajuda do grupo de ativista, Dadaev conseguiu escapar da Rússia e agora está se manifestando, revelando detalhes do seu sequestro e detenção, incluindo acusações de abusos dos direitos humanos nos níveis mais altos do governo do líder checheno, Ramzan Kadyrov.

Dadaev revelou ao grupo de ativistas que foi sequestrado não por policiais como originalmente se presumia, mas por quatro chantagistas criminosos que buscavam 50.000 rublos (aproximadamente R$2,834 na cotação atual) ou um iPhone 13 da vítima pelo seu silêncio. O vídeo foi amplamente visto após ser postado na internet.

Uma semana após o sequestro, Dadaev e seus sequestradores foram presos e levados para o porão da delegacia de polícia local, onde ele disse que foram todos torturados. Ele afirma que os quatro homens foram espancados com tubos de poliuretano e submetidos a tortura por choque elétrico. Dadaev disse que sua primeira surra foi administrada pelo chefe de polícia, que teria dito que o homem gay estava “muito limpo” e ordenou que ele rolasse no chão antes de espancá-lo até perder a consciência.

Dadaev afirma ainda que também foi espancado por Deni Aidamirov, suposto sobrinho da esposa de KadyrovAidamirov foi nomeado para o cargo de Primeiro Vice-Ministro da Administração Interna da República da Chechênia em 2023.

A polícia libertou Dadaev em meados de novembro de 2022, supostamente após uma denúncia de ativistas de direitos humanos. Ele permaneceu escondido até o final do ano passado, quando amigos contataram o grupo de ativistas e buscaram ajuda para facilitar seu resgate.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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