Lojas Renner indenizará em R$ 20 mil trabalhadora lésbica vítima de homofobia

Deboches, piadinhas e propostas ofensivas relacionadas à orientação sexual de uma vendedora levaram a Justiça do Trabalho a condenar as lojas Renner a pagar uma indenização no valor de R$ 20 mil pelo dano moral sofrido pela trabalhadora. A decisão é da juíza Elisa Maria Secco Andreoni, da 26ª vara de SP.

A trabalhadora alegou que constantemente era vítima de homofobia no ambiente de trabalho. Em determinada ocasião, segundo informações do portal Migalhas, a profissional pediu ajuda à fiscal líder de loja para resolver um problema no jato do filtro de água, que estava saindo muito forte. Após prestar o auxílio, a chefe falou que “ser homem não é só na cama e se vestir como homem, tem que fazer coisas que homem faz”.

Testemunhas confirmaram o tratamento abusivo. Em audiência, uma delas relatou que presenciou perseguições contra a reclamante. Narrou, ainda, que uma colega de loja lhe disse que não deveria se aproximar da autora por ela ser lésbica. Outra depoente declarou que havia especulação sobre relacionamentos amorosos da profissional dentro da firma. Contou que a líder do caixa fazia mais cobranças à trabalhadora ofendida do que às demais empregadas e entendeu que isso ocorria por preconceito.

Na sentença proferida, a magistrada avaliou que a companhia Lojas Renner S.A não cumpriu com o dever de manter o ambiente de trabalho saudável. E considerou que “as ofensas constatadas evidenciam mais um nefasto exemplo de homofobia em nossa sociedade”, indicando que “a discriminação sexual é uma das maiores máculas do mundo moderno e, no Brasil, atinge índices endêmicos”.

“Incumbe a toda sociedade brasileira, incluindo empregados, empregadores e o próprio Poder Judiciário, o combate vigoroso e incansável contra a homofobia ou qualquer outra forma de discriminação decorrente de orientação sexual”, concluiu.

VEJA + NO PHEENO TV