ONG carioca Capacitrans comemora cinco anos de luta contra a transfobia
Há mais de duas décadas, a cabelereira, maquiadora e empreendedora Andrea Brazil decidiu tornar possível às pessoas trans, travestis, não binárias LGBTQIAPN+ a ter uma vida mais longa e com melhores oportunidades de trabalho. Ela percebeu que o empreendedorismo seria a peça-chave para alcançar esse objetivo e fundou, em 2019, a Capacitrans – apoiada pelo Instituto Phi –, uma organização social que atua na formação empreendedora deste público em situação de vulnerabilidade.
Para marcar os cinco anos da instituição, será realizada uma cerimônia na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio, na quarta-feira (26/06), a partir das 11h. Durante a celebração, terá a formatura de turmas de moda sustentável, gastronomia e audiovisual, além de desfile e exposição de peças feitas pelos alunos.
Através das capacitações, em áreas como gastronomia, moda, audiovisual e obras e reparos, dentre outras, o projeto identifica talentos e os encaminha para empresas e instituições parceiras, com verdadeiras políticas de inclusão social. Desde o início de suas atividades, a Capacitrans formou mais de 400 pessoas, dos quais ao menos 20% conseguiu uma colocação no mercado ou alavancar seus microempreendimentos.
“São cinco anos de atividades de capacitação de empreendedorismo e profissionalizante em diversas áreas. É uma grande revolução numa afirmativa específica para pessoas trans e travestis, mas também abraçando pessoas LGBI+, em recortes de vulnerabilidade, como raça, idade e baixa escolaridade. É um propósito que está sendo abraçado por grandes parceiros, como o Instituto Phi, que vai apoiar as próximas três turmas. Isso é um marco e uma alegria grandiosa se tratando de inclusão e da diversidade de uma forma geral. Só tenho que agradecer a todos que estão nos ajudando”, afirma Andréa Brazil.
Segundo ela, serão abertas cerca de 60 vagas, com média de 20 alunos e alunas por turmas específicas, as quais também terão o apoio do SESC RJ. “Após muitas vivências de transfobia e LGBTFOBIA estrutural em ambientes de trabalho formais e informais, em vários espaços, e com o meu histórico de capacitações nas áreas de moda, cabelo, maquiagem e empreendedorismo, aliados a mais de 20 anos dentro do ativismo LGBTIQAPN +, decidi criar um espaço onde as pessoas trans e travestis fossem PRIORIDADE. Pois até dentro do ‘ativismo’ existe apagamento de potências trans”, completa ela.