Ministério Público denuncia padre por homofobia em discurso durante missa no Rio de Janeiro

O ator Bernardo Dugin utilizou seu perfil no Instagram para celebrar um importante avanço na luta contra o preconceito. Em maio do ano passado, Dugin denunciou um padre de Nova Friburgo por homofobia, após o religioso ter feito um discurso controverso durante uma missa. O caso ganhou novos desdobramentos na última quinta-feira (05/09), quando a Polícia Civil concluiu o inquérito e o Ministério Público ofereceu a denúncia contra o sacerdote pelo crime de racismo qualificado. A denúncia agora está sob análise do juiz, que decidirá sobre sua aceitação e as próximas etapas do processo.

Na postagem, Dugin expressou sua gratidão ao advogado Caio Padilha e a todos que o apoiaram, ressaltando a importância de enfrentar o preconceito e proteger a dignidade das pessoas. Ele enfatizou a necessidade de justiça e o combate à LGBTfobia e ao racismo, destacando que a decisão judicial será um passo crucial para garantir que o padre responda pelo que foi acusado. “Agora o caso está com o juiz. Que ao final deste processo o padre seja condenado e pague pelo crime que cometeu”, escreveu ele.

A revista Quem tentou entrar em contato com a Diocese de Nova Friburgo e com o Colégio Nossa Senhora das Dores, onde o padre ministrou a missa, para obter uma posição oficial sobre o caso. No entanto, a assessoria da Diocese não respondeu a publicação, e a administração do colégio informou que o padre já não atua mais no local e não tem informações sobre seu paradeiro atual.

Em seu depoimento à Polícia Civil em 4 de maio de 2023, o padre Antonio Carlos dos Santos, de 55 anos, explicou que o discurso em questão visava enfatizar o conceito de “bom pastor” e que as palavras “inimigo” e “não demoníaco” foram utilizadas. O sacerdote alegou que sua intenção não era ofender ou incitar preconceito e que as reações adversas levaram à emissão de uma nota de retratação no site da Diocese. Ele expressou pesar pela repercussão e destacou que, em seus 15 anos de sacerdócio, nunca havia enfrentado uma situação semelhante. A investigação continua, e as possíveis consequências legais para o padre ainda estão em aberto enquanto o caso segue tramitando no sistema judiciário.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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