Shopping de Olinda cria código “homossexual” para identificar gays e alertar seguranças, revela site

A equipe de segurança do Shopping Tacaruna, localizado em Recife, está no centro de uma controvérsia após a revelação de um código discriminatório entre os códigos internos utilizados pelos funcionários. De acordo com uma reportagem do site Marco Zero, assinada por Maria Carolina Santos, o código “30 – homossexual” aparece na lista de códigos no avesso dos crachás dos seguranças”. A informação gerou indignação, especialmente após um jovem não identificado relatar o caso ao site.

O jovem revelou que, ao ter acesso a um dos crachás, ficou alarmado ao perceber que o código “30” parecia refletir uma prática discriminatória institucionalizada. Ele relatou ao Marco Zero que, em várias ocasiões, notou comportamentos de segurança que indicavam vigilância direcionada a grupos de pessoas com “trejeitos não heteronormativos”, o que corroborou sua percepção de discriminação sistêmica.

“Na hora que vi o crachá me passaram várias coisas na cabeça e tantos eventos e situações fizeram sentido. A discriminação corriqueira que já havia notado tantas vezes naquele ambiente, comigo e com outros, não se tratava da conduta de algum colaborador específico, mas do próprio protocolo administrativo do shopping. Eles literalmente institucionalizaram a descriminalização em razão da sexualidade”, afirmou ele para o portal de notícias.

Diante da situação, ele fez denúncias à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco e à Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE). A comissão da OAB-PE encaminhou a denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que pode abrir investigação sobre o caso.

Em resposta, a assessoria de comunicação do Shopping Tacaruna confirmou a existência do código, alegando que seu uso era voltado a emergências e não tinha intenção discriminatória. “No caso em questão, reconhecemos o erro e nos desculpamos pelo uso inadequado do termo. Mas o único objetivo era garantir o direito amplo a todas as pessoas. Pedimos desculpas por qualquer interpretação fora desse contexto. Asseguramos que estamos revisando todos os termos adotados”, destaca o shopping.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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