“Sou pequeno, mestiço, perneta e gay”, diz atleta paralímpico francês ao declarar sexualidade

O atleta paralímpico francês Dimitri Pavadé, que conquistou o 4º lugar na prova de salto em comprimento T64 nos Jogos Paralímpicos, surpreendeu os seguidores nas redes sociais ao se declarar publicamente como gay. Em um texto emocionante, Dimitri falou sobre a ausência de planos e metas no início de sua vida, mas ressaltou o quanto amadureceu após entrar no esporte.

“Desde que entrei no mundo esportivo, posso dizer que algumas coisas amadureceram em mim, como o sonho de fazer parte da seleção francesa”, declarou o atleta, nascido nas Ilhas Reunião, um território francês no Oceano Índico. Em seu desabafo, Dimitri destacou que sua jornada no esporte foi mais do que uma busca por vitórias, mas sim uma maneira de dar sentido ao que faz diariamente. Ele se vê como uma inspiração para pessoas com deficiência. “Consegui encontrar o meu caminho e dar sentido ao que faço todos os dias: querer ser uma referência para as pessoas com deficiência”, disse Dimitri.

A partir desse ponto, ele abordou sua sexualidade com a mesma coragem e determinação. “Sim, sou pequeno, mestiço, perneta e gay”, afirmou, criticando os discursos preconceituosos e julgamentos que existem na sociedade. Ele também refletiu sobre o valor do amor verdadeiro e da aceitação, destacando que aqueles que não aceitam as pessoas pelo que elas são não merecem o seu amor. “A vida é muito curta para dar importância a este tipo de pessoas”, enfatizou, encorajando outros a viverem suas vidas de forma plena e autêntica.

Por fim, o atleta francês reafirmou seu compromisso com a comunidade LGBTQIAPN+, dizendo que espera ser uma força e uma fonte de coragem para aqueles que ainda não se sentem à vontade para viver sua verdade. “A deficiência não é algo que deva ser escondido e o mesmo se aplica à orientação sexual”, afirmou Dimitri, antes de alertar sobre as tragédias que o preconceito pode causar. “Crianças e adultos continuam a suicidar-se e a ser mortos”, concluiu, pedindo uma reflexão sobre como o preconceito pode afetar até mesmo aqueles que estão ao nosso redor.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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