Transfobia: homem é condenado a 16 anos de prisão por homicídio da travesti Beyoncé no Ceará

A Justiça cearense condenou nesta sexta-feira (11/10) Josimberg Rodrigues de Abreu pelo homicídio triplamente qualificado da travesti Beyoncé. O Tribunal do Júri da 1ª Vara do Júri de Fortaleza acolheu as teses apresentadas pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e fixou a pena em 16 anos e seis meses de prisão, além de uma indenização de R$ 20 mil à família da vítima.

O crime, ocorrido em 25 de fevereiro de 2017, no bairro Messejana, em Fortaleza, foi classificado como hediondo, tendo sido motivado por motivos torpes, praticado com crueldade e com a utilização de um recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

De acordo com a acusação, conduzida pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Claro dos Santos, Josimberg utilizou uma faca do tipo coifa para espancar Beyoncé, além de agredi-la com socos e pontapés. A vítima, que estava desarmada e sob efeito de álcool, sofreu intenso sofrimento físico e psicológico antes de falecer em decorrência de uma hemorragia abdominal. O MPCE argumentou que o crime teve motivação transfóbica, dado o grau de crueldade com que as agressões foram cometidas.

O promotor destacou que a violência empregada por Josimberg não poderia ser justificada como legítima defesa, já que Beyoncé não tinha qualquer chance de se defender. A condenação representa um marco importante na luta contra crimes de ódio e violência transfóbica, reforçando o papel do sistema de Justiça na responsabilização de crimes cometidos contra pessoas LGBTQIA+.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

Você vai curtir!