Erika Hilton e Amanda Paschoal denunciam pastor por “cura gay” após suic*dio de travesti
A deputada federal Erika Hilton e a candidata a vereadora Amanda Paschoal apresentaram uma denúncia ao Ministério Público contra o pastor Flávio Amaral, do Ministério Liberto Por Deus, por homotransfobia e tortura. A denúncia surge após o trágico suicídio de Letícia Maryon, uma jovem trans de 22 anos que frequentava a igreja e havia passado por um processo de “destransição” sob a orientação do pastor.
Letícia tirou a própria vida em 27 de setembro, após mais de um ano de sofrimento, culminando em um culto no qual expressou suas lutas internas, referindo-se à sua experiência como uma “guerra espiritual”. Durante o culto, Letícia falou sobre suas dificuldades e se sentiu encorajada a compartilhar sua trajetória, mas o desfecho trágico de sua vida levanta questões sérias sobre as práticas promovidas por Flávio.
O pastor, que se autodenomina “ex-travesti”, é conhecido por sua abordagem controversa, na qual prega a “libertação” da homossexualidade e frequentemente associa pessoas trans a práticas demoníacas, vícios e maldições. Seu comportamento nas redes sociais, onde compartilha os processos de “destransição” de fiéis e ataca figuras públicas da comunidade LGBTQIA+, tem atraído crescente atenção e críticas.
A denúncia contra Amaral não apenas aponta suas ações como LGBTfóbicas, mas também menciona práticas coercitivas que incluem a imposição de jejuns e humilhações públicas de fiéis. O texto ressalta que tais práticas extrapolam os limites da liberdade religiosa, violando direitos fundamentais e promovendo um discurso de ódio que pode ter consequências devastadoras para a saúde mental de indivíduos vulneráveis. A peça ainda destaca a irregularidade dessas práticas, que são consideradas fraudulentas e, segundo o Conselho Federal de Psicologia, estão proibidas no contexto de tratamentos psicoterapêuticos.
Erika Hilton e Amanda Paschoal enfatizam a gravidade das condutas de Flávio Amaral e a necessidade urgente de responsabilização por danos causados a Letícia e a outros fiéis que possam estar em situações semelhantes. O trágico caso de Letícia Maryon serve como um chamado à ação para que as autoridades competentes investiguem e tomem medidas contra tais práticas.