Médico infectologista esclarece dúvidas sobre doação de órgãos por pessoas com HIV

Após a repercussão do caso em que seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro testaram positivo para HIV após receberem órgãos infectados, o médico infectologista Vinicius Borges, popularmente conhecido como @doutormaravilha nas redes sociais, utilizou suas plataformas digitais para oferecer esclarecimentos importantes sobre as questões que envolvem o vírus e a doação de órgãos. Em um vídeo publicado, o especialista abordou três pontos principais: “Pode doar? Pode receber? Quais os riscos?”.

No vídeo, Vinicius explica que uma pessoa vivendo com HIV, quando em tratamento adequado, se torna indetectável e intransmissível em termos de transmissão sexual. Contudo, essa regra não se aplica à doação de sangue ou órgãos. “O órgão é vivo, as células dos rins e as células do fígado contêm partículas do vírus que podem transmiti-lo para outra pessoa. Então, se um doador, vivo ou falecido, testa positivo para HIV, ele não pode doar”, destacou o médico. Além disso, ele menciona que, em alguns países, já é permitido que pessoas vivendo com HIV doem órgãos para outras que também têm o vírus.

Sobre a possibilidade de uma pessoa com HIV receber um órgão de um doador negativo, o infectologista afirmou que isso é possível, desde que o paciente com HIV esteja em tratamento e tenha o vírus controlado. “A pessoa com HIV pode receber o órgão de um doador negativo, desde que esteja em tratamento adequado”, disse ele. O médico também aproveitou a oportunidade para reforçar a importância de seguir corretamente os protocolos de testagem para evitar situações como a ocorrida no Rio de Janeiro.

No caso dos pacientes infectados no Rio, Vinicius criticou a falha no processo de testagem, afirmando que “aparentemente foram forjados laudos negativos”. Ele destacou que o problema não está no doador ou nos receptores, mas no sistema que falhou. Além disso, explicou que, após o transplante, os receptores de órgãos tomam medicamentos para reduzir a imunidade, o que pode acelerar a progressão do HIV para AIDS, caso o vírus não esteja controlado. “Se a pessoa está em tratamento com o vírus controlado, ela pode ser transplantada e viver bem com o HIV”, concluiu.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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