Performance de travesti em universidade no Maranhão causa abertura de processo interno
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) anunciou nesta sexta-feira (18/10) a abertura de um processo interno para apurar os acontecimentos que marcaram o primeiro dia do Encontro de Gênero, organizado pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política. O evento, que ocorreu na última quinta-feira (17/10), tinha como objetivo discutir questões relacionadas às dissidências de gênero e sexualidades. No entanto, a performance realizada pela historiadora e artista Tertuliana Lustosa, cantora da banda A Travestis, gerou controvérsias, dividindo opiniões entre os participantes.
Durante a apresentação, Lustosa expôs sua pesquisa e, ao final, realizou uma performance artística com elementos de erotismo. A atividade, embora contextualizada dentro de debates acadêmicos sobre gênero, foi considerada por alguns presentes como inadequada para o ambiente universitário. O ato gerou uma grande repercussão nas redes sociais, com diferentes posicionamentos sobre a pertinência de tal performance em um evento acadêmico.
Em resposta às discussões, a UFMA emitiu uma nota oficial afirmando que investigará o caso por meio da escuta de todos os envolvidos. Segundo a instituição, o objetivo é avaliar se houve desvio das normas institucionais. “A Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso, entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade”, declarou a universidade.
A UFMA destacou ainda a importância do Encontro de Gênero para o avanço acadêmico sobre o tema, reconhecendo a autonomia dos cursos para debater questões sociais contemporâneas. No entanto, reforçou que não compactua com ações que desrespeitem os valores da instituição. O evento integra uma agenda de pesquisa dedicada a aprofundar o estudo das questões de gênero, focando nas experiências e desafios enfrentados por grupos marginalizados.