Universidade de Brasília aprova cotas para pessoas trans nos cursos de graduação
A Universidade de Brasília (UnB) aprovou nesta quinta-feira (17/10) a criação de cotas para pessoas trans em seus cursos de graduação. A medida, que entrará em vigor a partir do ano que vem, reserva 2% das vagas em todas as modalidades de entrada para travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não binárias. Essa iniciativa visa ampliar a inclusão de indivíduos trans na educação superior e garantir que tenham maior acesso às vagas na instituição.
Segundo a UnB, as vagas destinadas à cota trans serão preenchidas por candidatos que não conseguirem classificação pela ampla concorrência. Caso não haja pessoas trans inscritas para as vagas, elas serão redistribuídas entre os demais candidatos. A decisão é parte de uma série de medidas de ação afirmativa da universidade, com o objetivo de promover a equidade e combater a exclusão histórica de grupos marginalizados.
Bruna Benevides, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, celebrou a decisão e destacou a importância da medida para a inclusão e ascensão de pessoas trans em espaços de poder e decisão. “As cotas são uma resposta para que violência e violação de direitos humanos não sejam aceitas. A possibilidade de pessoas trans se qualificarem como profissionais de nível superior também proporciona uma maior entrada no mercado formal de trabalho”, afirmou.
Além da UnB, outras instituições federais, como a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já adotam políticas semelhantes. A criação dessas cotas reflete um movimento crescente no ensino superior brasileiro em busca de maior inclusão e diversidade nos ambientes acadêmicos.