Passageiro é vítima de homofobia ao pedir corrida por aplicativo: “Parasita, vira homem”

Na última quinta-feira (07/11), o coordenador financeiro Paulo Rodrigo Lamenha, de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, foi vítima de um caso alarmante de homofobia. Paulo, que é gay, solicitou uma corrida pelo aplicativo 99 por volta das 6h, e logo após o motorista aceitar a viagem, recebeu uma mensagem carregada de ódio: “Você não passa de um pedaço de lixo na terra. Parasita, vira homem”. Surpreso e sem reação, Paulo tentou processar o que havia acontecido, mas o motorista identificado como Matheus cancelou a corrida imediatamente após o envio das mensagens ofensivas.

O caso foi registrado por Paulo na Polícia Civil de Pernambuco e está sendo investigado como “racismo por homotransfobia”, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que enquadra crimes de homofobia e transfobia como injúria racial. Dois dias antes do ocorrido, Paulo já havia realizado uma corrida com o mesmo motorista, que demonstrou comportamento incomum e evitou interações. “Ele olhou várias vezes para mim pelo retrovisor, mas preferi relevar, imaginando que poderia ser um dia ruim para ele”, relatou Paulo em entrevista ao g1.

Em resposta à situação, Paulo denunciou o motorista à 99 e à polícia, mas considerou o retorno da plataforma insatisfatório. A empresa ofereceu um voucher de R$ 10 e prometeu impedir o pareamento entre ele e Matheus em novas corridas, mas a vítima questionou a frieza da mensagem. “Não foi uma resposta empática. Parecia um atendimento robotizado, como se o meu caso fosse apenas um incidente qualquer, não um ataque de homofobia”, desabafou Paulo.

Em nota ao g1, a 99 declarou repúdio a qualquer tipo de discriminação e informou que mobilizou uma equipe para investigar o caso internamente, bloqueando o motorista da plataforma. A empresa ressaltou que investe em treinamentos para conscientizar motoristas sobre inclusão e respeito. No entanto, Paulo afirmou que não recebeu mais contato após o voucher e que seguirá buscando justiça. A Polícia Civil confirmou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Piedade e garantiu que as apurações continuam até o esclarecimento completo dos fatos.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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