De onde surgiu o boato de que Luigi Mangione é bi? Desvendando a nova especulação da internet

O mundo foi pego de surpresa com o assassinato do CEO da UnitedHealthCare, Brian Thompson, em Nova York, mas, enquanto a tragédia gerou debates sobre saúde pública e segurança, um fenômeno inesperado tomou conta das redes sociais. Luigi Mangione, o jovem de 26 anos preso pelo crime, virou o centro de uma onda viral nas plataformas digitais — e, surpreendentemente, até sua sexualidade se tornou tema de especulação.

Detido no último domingo (10/12) em um McDonald’s na Pensilvânia, Mangione foi identificado como o principal suspeito após imagens de câmeras de segurança o mostrarem em atitudes tranquilas, até mesmo sorrindo antes do crime. Essas imagens, somadas a sua aparência considerada atraente e o contexto social do crime, transformaram o jovem no improvável protagonista de memes e debates calorosos no X (antigo Twitter). O apelido de “atirador sexy” foi rapidamente adotado, com internautas oscilando entre a condenação de seus atos e a bizarra idolatria pela figura pública recém-criada.

No entanto, o burburinho alcançou outro patamar quando usuários começaram a vasculhar a vida de Mangione em busca de pistas sobre sua sexualidade. Entre descobertas sobre seu gosto musical — que inclui ícones LGBTQIAPN+ como Britney Spears e Lana Del Rey — e boatos sobre antigos relacionamentos, surgiu um rumor explosivo: Luigi Mangione seria bissexual. A origem do boato veio de um tweet da revista 34th Street, supostamente baseado em um depoimento anônimo, afirmando que Mangione havia se identificado como bi durante seus anos na universidade.

Mesmo sem qualquer confirmação oficial, a teoria se espalhou como fogo, resultando em um aumento massivo de buscas no Google pelo termo “Luigi Mangione bissexual?”. A hashtag também se tornou trending topic, dividindo opiniões. Enquanto uma parte da comunidade LGBTQIAPN+ reivindicava o suspeito como “um dos seus”, outros criticavam a romantização e a espetacularização de um crime grave. Ainda assim, a obsessão digital por detalhes irrelevantes da vida do acusado destaca um fenômeno maior: a maneira como a internet transforma figuras públicas — mesmo em contextos tão perturbadores — em personagens de uma narrativa criada coletivamente.

A especulação sobre a sexualidade de Mangione parece ser mais uma projeção coletiva do que qualquer fato concreto. Até o momento, nenhuma evidência sólida foi apresentada para sustentar que o jovem seja bissexual ou pertença à comunidade LGBTQIAPN+. Ainda assim, a tempestade viral em torno de sua figura é um lembrete de como a cultura digital molda a percepção pública e desvia o foco de questões críticas — como a violência e a crise de saúde que inicialmente motivaram o debate.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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