“Fiz promessa de joelho para mudar isso”, revela Léo Áquilla sobre ser trans em livro biográfico
Léo Áquilla acaba de dar mais um passo significativo em sua carreira com o lançamento da biografia “Um Salto Para o Sucesso”. Em uma obra que promete emocionar e inspirar, a jornalista pós-graduada e primeira mulher trans a ocupar o cargo de coordenadora municipal da diversidade em São Paulo revisita sua trajetória pessoal marcada por desafios, preconceitos e vitórias. Ao longo das páginas, Léo compartilha momentos íntimos e dolorosos, como a rejeição familiar e as violências sofridas na infância, mas também destaca a força que encontrou na arte para transformar sua realidade.
Desde cedo, Léo enfrentou o peso do preconceito. Ainda criança, sofreu agressões físicas e psicológicas tanto em casa quanto na escola, onde a falta de apoio a fez repetir a primeira série por três vezes. A situação tornou-se ainda mais grave com as violências da vizinhança e, em um caso extremo, o apedrejamento público. Apesar de tudo, sua coragem e resiliência a levaram a buscar no amor-próprio e na expressão artística a superação de tantas adversidades. Em sua biografia, Léo reflete sobre como essas experiências moldaram sua luta por reconhecimento, igualdade e representatividade.
A relação de Léo com a religiosidade também ocupa um espaço importante na narrativa. Ela relembra as tentativas de “ajustar-se” às expectativas religiosas, mesmo à custa de sua própria identidade. Passou por diferentes denominações cristãs, enfrentando discursos carregados de preconceito e visões limitadas sobre o que significa ser uma pessoa trans. “Cheguei a fazer promessas, a atravessar uma passarela de joelhos em Aparecida do Norte, pedindo para ser diferente”, revela. No entanto, foi através da aceitação de si mesma que encontrou a verdadeira força para prosperar.
“Um Salto Para o Sucesso” é mais do que uma biografia; é um manifesto de resistência e superação. Ao compartilhar sua jornada, Léo Áquilla não apenas expõe os desafios enfrentados por tantas pessoas trans no Brasil, mas também celebra suas conquistas como exemplo de que é possível transformar dor em arte e preconceito em inspiração.