Paraíso do Tuiti anuncia ala com mulheres trans em homenagem a primeira travesti brasileira

A escola de samba Paraíso do Tuiuti, que no Carnaval de 2025 levará para a Sapucaí um enredo sobre a história de Xica Manicongo, a primeira travesti brasileira, fez um convite emocionante a integrantes do projeto “Transcidadania no Samba”, criado pela agremiação em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O projeto visa capacitar mulheres trans para o mercado de trabalho no carnaval, proporcionando cursos de formação em áreas como aderecismo, costura e samba no pé. As alunas selecionadas terão a honra de formar uma ala no desfile, que representará a primeira rainha de bateria do carnaval, a travesti Eloína dos Leopardos, pioneira à frente da bateria da Beija-Flor em 1976.

O “Transcidadania no Samba” teve uma adesão impressionante, com mais de 100 inscrições, e 12 alunas foram escolhidas para participar dos cursos de capacitação. Desde outubro, elas têm se aperfeiçoado nos fundamentos do samba e na construção de desfiles, além de aprender as técnicas de aderecismo e costura. A surpresa veio nesta quarta-feira, durante um ensaio da Tuiuti, quando as integrantes foram oficialmente convidadas a desfilar na Sapucaí, um momento histórico que reforça a visibilidade e a importância das pessoas trans no carnaval.

O enredo da Tuiuti, que homenageia Xica Manicongo, também contará com a presença de figuras de destaque como a deputada federal Erika Hilton, a primeira mulher trans a ocupar um cargo na Câmara dos Deputados. Em seu discurso, o presidente Renato Thor reafirmou o compromisso de a escola criar, a partir de 2025, uma ala exclusiva para pessoas trans, promovendo a inclusão e a celebração da diversidade nas futuras edições do carnaval. A iniciativa tem o potencial de transformar o cenário do samba e abrir portas para o reconhecimento das identidades trans no universo do carnaval brasileiro.