“Seria lindo uma mulher negra e travesti na Presidência”, diz Érika Hilton sobre candidatura
Durante sua passagem por Salvador, a deputada federal Érika Hilton levantou a possibilidade de lançar sua candidatura à Presidência da República em 2026. Em declaração ao Correio da Bahia, ela refletiu sobre o impacto de uma mulher negra e travesti disputando o cargo em um país com um histórico de racismo e violência contra pessoas trans.
“Imagine que lindo seria ter uma mulher negra, travesti, disputando esse lugar [Presidência da República], num país tão racista e no primeiro lugar do mundo que ainda mata pessoas trans e travestis. Acho que será uma virada histórica para a nação e para a minha história também“, afirmou. A parlamentar, que esteve no Festival Literário de Cajazeiras (FLICAJ), reconheceu a pressão popular sobre sua possível candidatura, mas também questionou os desafios de se tornar presidente em um cenário político atual.
“As pessoas clamam por isso e toda vez eu me pergunto: isso é fã ou isso é hater? Porque ser presidente do Brasil com a composição do Congresso Nacional que nós temos hoje, é um desafio extremamente terrível. O Congresso Nacional tem uma correlação de forças muito difícil para nós”, completou.
Apesar de ser constantemente sondada para uma candidatura presidencial, Érika Hilton enfatizou que seu foco imediato é continuar seu trabalho de inclusão e conscientização política. “Antes de pensar em ser presidente da República quando tiver uma idade mínima para me colocar nesse cargo, eu quero continuar semeando no coração da nossa juventude, dos nossos mais velhos, das nossa sociedade, um sentimento de que eles precisam aprender a votar. De que precisam votar, de que precisam participar do processo das eleições não só para prefeito, governador e presidente da República, mas para vereador, para deputado estadual, deputado federal, senador”, afirmou ao Correio.