Carnaval 2025: Pela 1ª vez desde 1980, BH tem mulher trans como princesa da Corte Momesca
Pela primeira vez na história do Carnaval de Belo Horizonte, um marco significativo foi alcançado neste domingo (12/01), com a eleição de Nzambi Niara como Princesa da Corte Momesca. A Corte, tradicional desde 1980, é responsável por representar oficialmente a festa carnavalesca da cidade em diversos eventos e ações sociais. Nzambi Niara, cabeleireira e produtora de 21 anos, não escondeu sua emoção ao se tornar a primeira mulher trans a ocupar este posto de destaque.
“Estou muito orgulhosa da minha vitória, de representar os meus”, celebrou ela. O processo seletivo para a Corte Momesca envolveu a participação de oito homens na disputa pelo título de Rei do Carnaval, além de oito mulheres competindo pelas vagas de Rainha e Princesa. A cerimônia de coroação consagrou Rafael Eduardo como Rei e Mari Lopes como Rainha, ao lado de Nzambi Niara como Princesa. Em suas palavras, Nzambi expressou profundo orgulho e a importância da sua vitória para a representatividade trans: “Ser eleita a primeira mulher trans para a Corte Momesca mostra que o mundo está mudando, estamos ocupando lugares que pertecem a nós também.”
Além das faixas de reconhecimento e dos figurinos oficiais, os membros eleitos da Corte Momesca receberam premiações em dinheiro. O Rei Momo e a Rainha foram agraciados com R$ 17 mil cada, enquanto Nzambi Niara recebeu R$ 14 mil. Para Nzambi, que também é passista da Canto da Alvorada e rainha do bloco afro Magia Negra, o Carnaval de Belo Horizonte de 2025 promete ser não apenas uma celebração, mas um marco na inclusão e diversidade da festa mais esperada do ano na cidade. “Ser respeitada e fazer parte de um carnaval dessa magnitude é de uma honra enorme”, completa.