Meta permite que público LGBTQIA+ seja associado a doenças mentais no Facebook, Instagram e Threads

A Meta, dona do Facebook, Instagram e Threads, anunciou nesta terça-feira (07/01) mudanças controversas em suas diretrizes contra discurso de ódio. A nova política permite que termos relacionados a doenças mentais sejam associados a gênero ou orientação sexual em publicações. Segundo o texto atualizado, tais alegações podem ser permitidas devido ao “discurso político e religioso sobre transgenerismo e homossexualidade”, que a empresa classifica como “amplamente culturais e políticos”.

Além disso, a Meta agora permite publicações que defendam limitações de gênero em funções profissionais, como empregos militares, policiais e de ensino, assim como restrições baseadas em orientação sexual, desde que justificadas por “crenças religiosas”. Outro ponto polêmico é a ampliação do espaço para discussões sobre exclusão baseada em sexo ou gênero em contextos como banheiros, escolas específicas e papéis nas forças armadas. A empresa afirma que tolerará esse tipo de conteúdo quando a intenção for “claramente indicada”, mas ressalta que poderá remover publicações cuja intenção seja ambígua.

O presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, também anunciou o fim da checagem de posts por terceiros, em um vídeo divulgado nesta terça. Ele afirmou que a empresa está comprometida em “combater tentativas de censura” e trabalhará com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro. Trump prometeu “deter a loucura transgênero” já no primeiro dia de governo. A proximidade da Meta com o novo governo republicano levantou alertas sobre a possível instrumentalização das redes sociais para agendas conservadoras.

As novas diretrizes são válidas globalmente e apontam para um futuro preocupante no combate à desinformação e ao discurso de ódio. A comunidade teme que essas mudanças resultem em um aumento nos casos de discriminação e violência, especialmente em países com governos que já demonstram hostilidade à diversidade.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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