McDonald’s volta atrás e desiste de práticas de diversidade na empresa
O McDonald’s anunciou nesta segunda-feira (06/01) o fim de algumas de suas principais metas de diversidade nos Estados Unidos. A decisão ocorre em um contexto de restrições crescentes às políticas de ação afirmativa no país, após a Suprema Corte americana proibir, em 2023, a consideração de raça em admissões universitárias. Entre as mudanças, a empresa abandonará objetivos específicos para cargos de liderança sênior e encerrará um programa voltado para fornecedores que promovia treinamentos de diversidade e a inclusão de minorias em posições de comando.
Além disso, a gigante do fast food anunciou a suspensão de sua participação em pesquisas externas que medem a inclusão de funcionários LGBTQIAPN+ e outros grupos. A decisão segue uma tendência observada em grandes corporações americanas, como Walmart, John Deere e Harley-Davidson, que também reduziram ou encerraram iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no último ano. Essas políticas foram amplamente implementadas em 2021 pelo McDonald’s, como resposta a processos por assédio sexual e uma ação judicial de ex-franqueados negros alegando discriminação sistêmica dentro da rede.
Apesar das mudanças, a empresa aponta avanços significativos desde a adoção de suas políticas de DEI. O McDonald’s alcançou 30% de líderes oriundos de grupos sub-representados nos EUA, embora a meta de 35% para 2024 ainda não tenha sido atingida. A companhia também conquistou equidade salarial entre gêneros em todos os níveis e prevê atingir, até o final deste ano, a meta de destinar 25% de seus gastos a fornecedores diversos. A equipe de diversidade será renomeada para Equipe de Inclusão Global, refletindo uma reestruturação alinhada ao “novo cenário legal”.
Em comunicado, a empresa reafirmou seu compromisso com a inclusão e a diversidade, destacando que continuará promovendo uma força de trabalho diversificada, mas com adaptações às mudanças legislativas e sociais. A decisão, no entanto, levanta preocupações entre ativistas e organizações LGBTQIA+, que temem retrocessos nos direitos e avanços conquistados ao longo das últimas décadas no ambiente corporativo.