Dançarino de Anitta fala sobre desafios de aceitação e pressão estética no mundo gay: “Brutal”

Um dos principais dançarinos de Anitta, Ton Novais, que acompanha a artista desde o início de sua carreira, usou seu perfil no X (antigo Twitter) para abordar um tema sensível: a pressão estética dentro da comunidade gay e no mundo do entretenimento. Em uma série de tweets, o professor e coreógrafo compartilhou os desafios de se expor sem camisa no palco ao lado de uma das maiores estrelas do Brasil.

“A pressão estética é brutal. E dentro da comunidade gay, ela parece se multiplicar. Se seu corpo não segue o padrão sarado, definido e ‘impecável’, a sensação é de que você vale menos. No show business, isso também se reflete, a imagem muitas vezes pesa mais do que o talento”, iniciou ele. Ton revelou que cresceu dentro da dança ouvindo que, para ser bonito, era preciso ser magro, trincado e esteticamente perfeito. “Essa ideia foi plantada e regada por anos, até se tornar uma sombra que me acompanha. A insegurança veio junto, assim como a vergonha. O medo do olhar do outro, do julgamento silencioso, do espelho que nunca parecia devolver a imagem certa”, continuou.

O dançarino destacou que subir no palco sem camisa ao lado de Anitta foi mais do que um momento artístico – foi um desafio pessoal gigantesco, uma luta interna que precisou enfrentar. “Estar sem camisa em cima de um palco, ao lado da maior artista do Brasil, foi mais do que um momento: foi um desafio pessoal gigantesco. Não foi apenas sobre dançar – foi sobre me permitir ser visto sem as armaduras que sempre quis vestir”, explicou Ton. Ele também ressaltou que se sente privilegiado por trabalhar em um espaço onde o talento tem peso real, mas que isso não anula as inseguranças. “Aceitar-me como sou não é simples. Dentro da minha cabeça, o trabalho é constante”, afirmou.

Ao finalizar, Ton Novais deixou uma mensagem importante sobre respeito e empatia: “Cada um tem suas questões, por isso é importante respeitar o que cada um sente sobre si e não invalidar achando que é bobeira. Sigo trabalhando minha cabeça, sigo dançando. Sigo me aceitando”.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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