Polêmica no X expõe divisões na comunidade LGBTQ+ sobre estereótipos e masculinidade tóxica

O que começou como uma publicação rotineira da drag queen Mady Beeong no X (antigo Twitter)—mostrando uma de suas produções artísticas—rapidamente se tornou um turbilhão de opiniões polarizadas, revelando as tensões e contradições que ainda permeiam a própria comunidade LGBTQIAPN+. Com respostas ácidas, ironia afiada e uma defesa ferrenha de sua identidade, Mady não só enfrentou os críticos, mas também colocou em pauta questões sobre estereótipos, masculinidade tóxica e o direito de existir fora de caixas pré-definidas.

Tudo começou quando um usuário comentou o vídeo de Mady com a provocação: “O ódio que me dá quando um twink bonitinho assim é drag. Perde todo o tesão”. Sem hesitar, a drag queen rebateu: “E quem disse que eu sinto algum tesão em você? Uma bixa feia dessas”. A troca de farpas, que poderia ter ficado restrita a xingamentos, ganhou camadas mais profundas quando Mady compartilhou um texto incisivo: “Uma gay enrustida jamais vai entender a leveza de viver uma vida sem rótulos e liberdade, minha maior dádiva é viver essa vida como me dá na telha. Deus me livre desperdiçar minha ÚNICA CHANCE em vida me moldando em algo que não me cabe”.

O debate escalou quando outro internauta tentou reduzir a identidade de Mady a estereótipos, escrevendo: “Fala tanto, mas no final quer um cara machão 100% ativo, e não suporta dar pra outro gay que usa peruca e passa batom. Se liga. Não é todo gay que precisa usar calcinha igual você”. A resposta da drag queen foi contundente: ela repostou o comentário junto a uma foto com seu namorado e disparou: “Esse é o meu machão 100% ativo? Se manca, pora, nem todo mundo tem esse fetiche pela hiper masculinidade não, namoro há 4 anos o amor da minha vida, que graças a Deus também é livre pra ser como quiser”.

A discussão segue repercutindo, levantando reflexões sobre estereótipos, liberdade de gênero e respeito dentro e fora da comunidade. Enquanto isso, Mady segue firme em sua posição: viver sem rótulos e com orgulho de quem é.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

Você vai curtir!