Uso de poppers na comunidade gay: proctologista detalha riscos e como usar com segurança
Referência em saúde LGBTQIA+, a proctologista Clara Assaf tem se destacado por abordar temas sensíveis sem moralismo, priorizando informação e acolhimento. Em uma de suas falas mais recentes, a médica discutiu o uso de poppers — substância inalada frequentemente por homens gays e bissexuais durante o sexo anal — destacando seus efeitos, riscos e estratégias de redução de danos.
Entre os efeitos adversos, Clara Assaf canta dor de cabeça, tontura, náusea, desmaios e até alucinações auditivas. A médica alerta ainda para interações perigosas, como o uso combinado com remédios para disfunção erétil (Viagra, por exemplo), que pode levar a hipotensão grave, infarto ou AVC. “Além disso, o uso de poppers em contextos sexuais pode alterar a percepção de risco, aumentando a vulnerabilidade a ISTs, lesões e até situações de violência”, ressalta.
A proctologista também aborda a dependência psicológica da substância. “Os poppers não causam dependência química, mas podem causar dependência psicológica. Com o tempo, é comum que eles passem a ser um acessório indispensável para a vida sexual de quem os utiliza, tornando o sexo sem ele pouco prazeroso ou desinteressante”, afirma. Em casos de emergência — como desmaios, dificuldade respiratória ou ingestão acidental —, Clara reforça a necessidade de buscar atendimento médico imediato.
Para quem deseja reduzir os danos, a especialista recomenda evitar misturas com outras drogas, priorizar ambientes seguros e manter diálogos sobre consentimento antes do uso. Já para quem enfrenta dificuldades anatômicas ou dependência, sugere acompanhamento com proctologistas, fisioterapeutas pélvicos e psicólogos. “Existem tratamentos e até mesmo intervenções medicamentosas (como o botox anal) capazes de te ajudar nessa questão”, finaliza.