Aja denuncia mudança de gênero em passaporte sem consentimento: “Transfobia calculada e mortal”

Aja, estrela de RuPaul’s Drag Race e mulher transgênero, usou as redes sociais na quinta-feira (22/05) para denunciar uma grave violação de seus direitos: ao substituir um passaporte perdido, recebeu um novo documento com o marcador de gênero alterado de feminino para masculino — sem ter solicitado nenhuma mudança.

A artista publicou uma selfie no Instagram mostrando o dedo do meio e desabafou: “Hoje, o governo dos EUA me entregou um passaporte que diz ‘M’, embora todos os documentos que enviei digam ‘feminino’. Eu não pedi nenhuma mudança.” Segundo Aja, as autoridades alegaram ter “atualizado o marcador de gênero para corresponder aos seus registros”, mas ela contesta: “Todos os registros que enviei são legalmente femininos.” Ao expressar preocupação com os riscos de viajar internacionalmente com um passaporte que não reflete sua identidade, seu pedido de escalonamento foi negado. “Me foi negada documentação adicional e fui mandada embora com a papelada e um tapinha na cabeça”, relatou.

Indignada, Aja afirmou estar sendo forçada a escolher entre sua segurança e sua carreira. “É assim que a transfobia se manifesta na política. Silenciosa. Calculada. E mortal”, escreveu. A artista, que está no ar na 10ª temporada de RuPaul’s Drag Race All Stars, prometeu lutar publicamente contra a situação: “Isso não é um erro administrativo. É um erro federal com a minha vida na mira. Eu não vou cair. Vou me declarar publicamente. Vou me declarar legalmente. E vou arrastar o sistema comigo!”

Embora ainda não haja uma solução imediata, ações legais contra essa política discriminatória seguem em andamento. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) comentou no post de Aja: “Nesta terça-feira, estaremos em um tribunal federal para bloquear essa política para todos — inclusive você. Falo com você em breve.”

Hoje, o governo dos Estados Unidos me entregou um passaporte que diz “M” — mesmo que o meu anterior dissesse “F” e todos os documentos que enviei indicam que sou do sexo feminino.

Eu não pedi nenhuma alteração. Estava apenas substituindo um passaporte perdido.

Em vez disso, me disseram que atualizaram o marcador de gênero para “combinar com os registros deles” — registros que eu forneci, e que são todos legalmente femininos. Quando expliquei que ter um documento com informações incorretas me coloca em risco ao viajar internacionalmente, me negaram a possibilidade de recorrer, recusaram documentação adicional e me mandaram embora com um papel na mão e um tapinha na cabeça.

Agora estou sendo forçada a escolher entre a minha segurança e a minha carreira — entre viajar com um passaporte que me expõe em cada ponto de checagem ou cancelar dezenas de milhares de dólares em trabalhos internacionais para os quais já fui contratada.

É assim que a transfobia nas políticas públicas se apresenta. Silenciosa. Calculada. E mortal.

Eles violaram a Primeira Emenda ao apagar minha identidade.
Violaram a Décima Quarta ao me negar proteção igual perante a lei.
Violaram a decisão Bostock v. Clayton County ao discriminar com base na identidade de gênero.

Isso não é um erro de escritório. É um desastre federal com minha vida na linha de tiro.

E se eles achavam que eu iria carregar esse passaporte em silêncio?
Esqueceram com quem estão lidando.

Eu não vou recuar. Eu vou me expor. Eu vou à Justiça.
E vou arrastar o sistema comigo!

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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