Polícia Civil indicia vereador gaúcho por homofobia após chamar Eduardo Leite de “veado”
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou, nesta terça-feira (27/05), o vereador Edimar Santo Biazzi (PL), presidente da Câmara de Vacaria, na Serra Gaúcha, pela prática do crime de homofobia. O inquérito foi aberto após uma fala proferida por ele no plenário da casa legislativa em 1º de abril de 2025, quando afirmou, durante um discurso sobre liberdade de expressão, que poderia “chamar o Eduardo Leite de veado sem problema nenhum”.
De acordo com o entendimento da Polícia Civil, Biazzi utilizou a tribuna para proferir insultos homofóbicos, ferindo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equipara homofobia e transfobia ao crime de racismo. O delegado Vinícius Nahan, responsável pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, destacou que “a imunidade parlamentar é uma garantia constitucional para o livre exercício do mandato, não um escudo para manifestações preconceituosas”.
Segundo ele, o discurso de Biazzi não foi uma crítica legítima, mas sim um ataque com teor discriminatório. “Ofensas com teor discriminatório, desvinculadas de qualquer crítica política legítima ou manifestação de opinião sobre atos de governo, não estão protegidas por essa prerrogativa”, informou o delegado. O governador Eduardo Leite (PSDB), abertamente gay desde 2021, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.