Auditor aposentado é preso por ameaçar filho de morte após descobrir que ele é gay

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte prendeu, na manhã desta segunda-feira (09/06), um auditor fiscal aposentado, de 65 anos, acusado de ameaçar de morte o próprio filho por não aceitar sua sexualidade. A prisão foi efetuada no bairro Candelária, na Zona Sul de Natal, pela Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (Decrid). Segundo as investigações, os episódios de homofobia e violência psicológica começaram em 2020, após o pai descobrir que o filho é gay.

De acordo com a Polícia Civil, as ameaças se tornaram frequentes ao longo dos últimos anos e teriam se intensificado nos últimos dias por conta da proximidade de um evento familiar previsto para esta semana, no interior do estado. Mesmo sem convite, o suspeito teria afirmado que compareceria ao encontro com a intenção de atacar o filho. Durante o cumprimento do mandado de prisão preventiva, o homem confirmou que tinha viagem marcada para o município onde acontecerá o evento, mas se recusou a explicar os motivos.

A operação contou ainda com um mandado de busca e apreensão na casa do investigado, com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e do cão policial Aquilles, por suspeita de que ele escondia armas no local. Testemunhas ouvidas no inquérito descreveram o homem como “extremamente violento e homofóbico“. Em um dos momentos da abordagem policial, ele se referiu ao filho de forma repulsiva, afirmando: “O cabra nasce homem e inventa de ser mulher. Aqui em casa não bebe água”.

Além das ameaças ao filho, o investigado já é conhecido por outros episódios de comportamento agressivo. A Polícia Civil revelou que ele ameaçou matar um vizinho em uma ocasião, e em outra perseguiu uma pessoa que o repreendeu por jogar lixo em local público. À vítima, disse: “Sou velho e não tenho nada a perder”. A prisão foi autorizada pela 15ª Vara Criminal de Natal e as investigações seguem em andamento para apurar outros possíveis crimes.