Na manhã do dia 28 de maio, o advogado Renan (que optou por não divulgar o sobrenome) foi vítima de um triste ataque homofóbico no Centro de São Paulo. Por volta das 10h10, quando saía de um hospital e aguardava na calçada da Avenida Brigadeiro Luís Antônio para solicitar um carro de aplicativo, Renan foi abordado por um homem desconhecido que, armado com um objeto semelhante a uma arma de brinquedo, simulou disparos em sua direção. O susto inicial rapidamente deu lugar ao medo ao perceber que não se tratava de um assalto, mas sim de uma agressão motivada por preconceito.
O homem passou a proferir ofensas homofóbicas em voz alta e ameaçou matar o advogado, que conseguiu registrar parte da violência com o celular. “No momento, eu me assustei. Tentei me afastar, mas isso foi suficiente para ele começar com os insultos homofóbicos e as ameaças”, relatou Renan. “Eu senti muito medo, porque ele falava tudo em voz alta, no meio da rua, para todo mundo ouvir. E, ao mesmo tempo, me senti completamente sozinho. As pessoas passavam e seguiam como se fosse um dia comum”. “Entre as ameaças, ele disse que iria me procurar e me esquartejar”, relatou.
Após a divulgação do vídeo nas redes sociais, Renan recebeu mensagens de apoio e também de uma pessoa que afirma ter reconhecido o agressor. Segundo essa fonte, o homem seria um ex-escrivão da Polícia Civil. A informação ainda não foi confirmada oficialmente, mas levanta preocupações sobre a possível atuação de um ex-servidor público em um crime de ódio. “Ainda não consegui confirmar essa informação, mas, se for verdade, estamos falando de alguém que já foi servidor público”.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso foi registrado como prática de discriminação e está sendo investigado pelo 5º Distrito Policial, na Aclimação. Em nota, a SSP afirmou que está em busca de imagens, testemunhas e que a vítima foi notificada para prestar mais informações. “Se confirmada a participação de um policial civil no caso, as devidas providências serão adotadas. A Polícia Civil reforça que é uma instituição legalista e pautada pelo respeito aos direitos humanos, e todos os desvios de conduta são punidos com rigor”, diz o comunicado.