Pesquisa mostra que transfobia é principal motivo por trás da destransição, não arrependimento

Uma nova pesquisa, considerada o maior levantamento já realizado sobre a saúde de pessoas trans nos Estados Unidos, confirmou o que a transfobia é a principal razão por trás da “destransição”. Realizada pela organização Advocates for Trans Equality (A4TE), a Pesquisa Trans dos EUA de 2022 contou com mais de 84 mil participantes trans, não bináries e de gênero não conforme, revelando que 98% dos que fizeram transição social ou médica relatam maior satisfação com a vida.

O relatório detalha que quase todos os que iniciaram a terapia hormonal de afirmação de gênero (98%) ou passaram por cirurgia (97%) relataram aumento da felicidade e bem-estar. “A transição social e médica foram fontes profundas de satisfação de vida entre os entrevistados”, destacam os pesquisadores. Dados apontam ainda que 71% das pessoas que fizeram transição social se consideram “muito ou razoavelmente felizes”, contra 52% entre quem não fez a transição.

Contrariando discursos conservadores que sugerem arrependimento, o relatório mostra que apenas 9% dos entrevistados “voltaram a viver de acordo com o sexo atribuído ao nascer em algum momento da vida” — e que, entre esses, a grande maioria apontou razões ligadas à transfobia, como falta de aceitação por amigos e familiares. Apenas 4% dessas pessoas disseram que a transição “não era para elas”, o que representa menos de 0,4% do total.

A pesquisa também destacou a importância do apoio familiar na saúde mental: 69% das pessoas com famílias que apoiam sua identidade relataram boa saúde, frente a 56% das que não têm esse suporte. A diferença também aparece nos índices de pensamentos suicidas: 78% dos apoiados relataram esse tipo de pensamento ao longo da vida, contra 88% dos não apoiados. A fala de uma das pessoas entrevistadas, Taylor, resume o impacto positivo da transição: “Agora que estou fazendo terapia de reposição hormona le fiz a cirurgia, posso viver minha vida cotidiana sem dor, dissociação e sofrimento”.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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