Rodrigo Sant’anna relembra exposição da sexualidade: “A imprensa que me tirou do armário”

No mês do orgulho LGBTQIAPN+, o ator e comediante Rodrigo Sant’anna, de 44 anos, abriu o coração em entrevista ao portal F5, da Folha de S. Paulo, ao relembrar sua trajetória de aceitação e visibilidade enquanto homem gay. Conhecido por ser bastante discreto sobre a vida pessoal, o artista viu sua sexualidade se tornar pauta em 2019, quando se casou com seu então noivo em uma cerimônia intimista.

“Alguns sites da imprensa me tiraram do armário”, contou ele, relembrando o impacto que a exposição teve em sua trajetória pública. Apesar da surpresa inicial, Rodrigo revela que a repercussão acabou despertando nele o desejo de se posicionar mais abertamente como parte da comunidade LGBTQIAPN+. “Na época em que eu comecei a minha carreira de ator, não sabia como iria repercutir [o fato de ser homossexual]. Existia um medo de ser agredido, achincalhado. Na escola eu sofria muito pelo jeito afeminado”, confessou. A exposição forçada se transformou, com o tempo, em ferramenta de militância e orgulho: “Surgiu a vontade de levantar mais bandeiras”.

O humorista também falou sobre a importância da aceitação familiar em seu processo de autoaceitação. Ele lembra que as primeiras pessoas a saberem foram sua mãe e madrinha, que o criaram juntas. “Claro que para elas foi um incômodo inicial. Minha mãe é católica daquelas que não deixam de ir à missa. A religiosidade, em algum momento, veio contra isso [a orientação sexual]. Com o tempo, ela foi entendendo que as coisas andam juntas e que eu gostar de homens não me faz menos conectado a Deus”, refletiu Rodrigo, que também citou a reação tranquila do pai.

Por fim, Rodrigo analisou o atual momento da luta LGBTQIAPN+ no Brasil, reconhecendo que houve avanços, mas alertando para os retrocessos. “Avançamos, mas em alguns momentos há um retrocesso dentro desse avanço. É difícil objetificar em palavras esse movimento que vivemos socialmente, mas parece que é um solta e puxa, um movimento elástico. E o público acaba sofrendo com essa consequência social”, concluiu.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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