Apoio ao casamento homoafetivo cai e rejeição aumenta em três anos no Brasil, diz pesquisa
Um novo levantamento realizado pelo Ipsos-Ipec revelou um cenário preocupante para a comunidade LGBTQIA+ brasileira. Pela primeira vez desde 2021, a rejeição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo superou o apoio entre os brasileiros. Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (28/07), 47% dos entrevistados se declararam contra o casamento homoafetivo, enquanto apenas 36% se mostraram favoráveis. Outros 13% se mantiveram neutros e 3% não souberam ou preferiram não responder.
O resultado representa uma reversão significativa em relação ao ano passado, quando o apoio ao casamento homoafetivo era maior (44%) do que a rejeição (42%). A decisão que garantiu o direito à união homoafetiva no Brasil foi tomada em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que equiparou a união estável entre pessoas do mesmo sexo às uniões heterossexuais. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reforçou a conquista ao obrigar todos os cartórios do país a realizarem casamentos civis entre casais LGBTQIA+.
O avanço jurídico, no entanto, parece não ter sido acompanhado de uma consolidação no apoio popular. O dado mais recente acende um alerta ao indicar uma possível onda conservadora e uma retração no respaldo social às pautas da diversidade sexual e de gênero — movimento também identificado em outros pontos da pesquisa. Realizado entre os dias 3 e 8 de julho, o levantamento ouviu 2.000 pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.