Ex-gerente de hotel de luxo em Brasília é réu por injúria racial, racismo, homofobia e transfobia

O ex-gerente do B Hotel, empreendimento de luxo localizado no centro de Brasília, foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por injúria racial, racismo, homofobia e transfobia. A denúncia contra Alfredo Stefani Neto foi recebida no último dia 6, tornando-o réu pelas condutas discriminatórias direcionadas a hóspedes e funcionários.

Segundo as investigações, os crimes começaram em junho de 2022 e seguiram até novembro de 2024, criando um ambiente de trabalho “hostil, opressor e humilhante”, de acordo com o MP. A data do julgamento ainda não foi definida, mas, se condenado, o ex-gerente pode pegar pena mínima de 10 anos de prisão, além de pagar indenização de, no mínimo, R$ 5 mil a cada vítima.

O inquérito da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin) aponta que Stefani Neto proferia ofensas contra nordestinos, como “nordestina burra”, “vai comer cuscuz” e “terrinha seca”, além de termos homofóbicos como “bichona” para se referir a um funcionário. Em outra ocasião, durante um evento LGBTQIAPN+ próximo ao hotel, teria dito: “esses viados não vão embora”. A investigação também revela episódios de transfobia, incluindo quando chamou uma hóspede transexual de “uma coisa” e “um cara”, afirmando que não queria “isso” no hotel.

Em nota, o B Hotel informou que afastou imediatamente o gerente assim que soube das denúncias e, após apuração interna, decidiu pela demissão. A rede declarou que “o comportamento deste funcionário não estava de acordo com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão” e anunciou a adoção de medidas como contratação de consultores especializados em diversidade, equidade e inclusão, treinamentos obrigatórios para toda a equipe e criação de canais de denúncia. “Não compactuamos com qualquer comportamento que atente contra esses princípios”, reforçou a administração.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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