Prêmio de Trump a Gloria Gaynor provoca questionamentos sobre apoio da cantora à comunidade LGBTQ+

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13/08) o primeiro grupo de agraciados com o prestigiado prêmio Kennedy Center Honors, incluindo nomes como George Strait, Sylvester Stallone, a banda Kiss, Michael Crawford e a icônica cantora Gloria Gaynor. Tradicionalmente decidida por um comitê consultivo bipartidário, a premiação, criada em 1978 para celebrar contribuições vitalícias à cultura americana por meio das artes cênicas, desta vez terá seu conselho de curadores escolhido pessoalmente por Trump, levantando especulações sobre os critérios adotados.

A escolha de Gaynor, cujo hit “I Will Survive” é considerado um hino da comunidade LGBTQ+, ocorre em meio a crescentes críticas ao histórico de Trump em relação aos direitos LGBTQ+. Embora Gaynor não tenha se manifestado publicamente sobre Trump, comentários antigos da cantora sobre a comunidade levantam questionamentos sobre sua posição em relação à luta pelos direitos dessa população.

Em entrevistas passadas, Gaynor expressou admiração pelos fãs LGBTs, mas sempre com uma perspectiva religiosa conservadora. À BBC, em 2007, ela afirmou: “Me sinto bem com isso porque sinto que é uma plataforma para o meu propósito, que é levar o amor de Cristo a todos os meus fãs. Porque eles confiam em mim, eu acho.” Em 2019, reforçou à NPR: “O presidente do meu fã-clube é gay. Eu tenho vários irmãos gays — quer dizer, não irmãos, mas sobrinhos. A pessoa que cuida das minhas redes sociais sentada aqui comigo agora também é gay… Nenhum deles tem qualquer receio ou qualquer mal-entendido sobre como me sinto em relação à homossexualidade, ok?”

Quanto a sua posição política, Gaynor permanece opaca. Em 2016, disse que nunca expressou publicamente suas opiniões políticas para não influenciar indevidamente outras pessoas. Essa neutralidade, entretanto, não impede que a escolha de Trump para homenageá-la seja interpretada como uma tentativa de suavizar sua imagem diante de críticos da comunidade LGBTQ+, deixando fãs e observadores questionando se o reconhecimento celebra a arte da cantora ou serve a interesses políticos.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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