PrEP injetável de longa duração contra HIV começa a ser vendida no Brasil; saiba como conseguir

A farmacêutica GSK anunciou nesta segunda-feira (25/08) a chegada ao Brasil do cabotegravir injetável, conhecido comercialmente como Apretude, o primeiro medicamento de longa ação capaz de prevenir o HIV. Já disponível em farmácias privadas, com distribuição da Oncoprod, o antirretroviral funciona de forma semelhante à PrEP (profilaxia pré-exposição) oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas com a vantagem de proteger por até 60 dias com apenas uma aplicação. Apesar da aprovação pela Anvisa em 2023, ainda não há previsão de incorporação pelo SUS.

Assim como na PrEP oral, o medicamento é indicado para pessoas sexualmente ativas a partir dos 15 anos, com pelo menos 35 quilos, que se considerem em risco aumentado de exposição ao vírus. O cabotegravir atua bloqueando a integração do DNA viral nas células humanas, impedindo que o HIV se instale no organismo. Diferente dos comprimidos que precisam ser tomados diariamente, a injeção intramuscular diminui o risco de esquecimento e tem se mostrado superior em eficácia nos estudos clínicos já realizados. O preço, no entanto, ainda é uma barreira: o Apretude chega ao mercado privado com valor de tabela de R$ 4 mil por dose.

No Brasil, o ImPrEP CAB, estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acompanhou mais de 1.400 jovens entre 18 e 30 anos em seis centros públicos de pesquisa. O resultado foi animador: nenhum caso de infecção foi registrado entre os participantes que utilizaram o cabotegravir, enquanto o grupo que seguiu com a PrEP oral registrou dez novos diagnósticos de HIV. Além disso, a adesão ao tratamento injetável foi de 95%, contra apenas 58% da versão em comprimidos.

Hoje, mais de 130 mil pessoas utilizam a PrEP oral gratuitamente pelo SUS, mas ainda enfrentam dificuldades de adesão, seja pelo estigma de carregar os comprimidos ou pelo desafio de manter a disciplina diária. A expectativa é que a inclusão da versão injetável na rede pública seja avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), mas não há prazo para decisão. Segundo estimativas da GSK, a adoção do cabotegravir poderia evitar 385 mil novos casos de HIV em dez anos, gerando uma economia de até R$ 14 bilhões em custos de tratamento para o sistema de saúde brasileiro.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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