Secretário de Defesa dos EUA compartilha vídeo em que defende a proibição do sexo gay

Em um momento marcado por retrocessos e tensões nos direitos LGBTQIAPN+ nos Estados Unidos, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, causou indignação ao republicar uma entrevista da CNN com Doug Wilson, pastor de sua igreja e uma figura conhecida por suas posições extremistas.

Na entrevista, Wilson defende não apenas a implantação de uma teocracia cristã global, mas também o retorno das leis que criminalizam o sexo entre pessoas do mesmo sexo. Hegseth, membro da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC), fundada por Wilson em 1998, endossou publicamente essas ideias ao compartilhar o conteúdo em suas redes sociais.

Na publicação, o secretário acompanhou o vídeo da CNN com a frase “Tudo de Cristo para Toda a Vida”, slogan ligado diretamente ao pastor e ao seu podcast, produzido pela editora Canon Press, ligada à CREC. Durante a entrevista, Wilson afirmou que “No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, a sodomia era considerada crime em todos os 50 estados. Os Estados Unidos daquela época não eram um inferno totalitário” e, quando questionado se desejava o restabelecimento dessas leis, respondeu categoricamente: “Sim”. Apesar do tom de nostalgia pela época em que as leis antissodomia vigiam, essa visão é imprecisa e perigosa.

Diversos estados americanos, como Illinois, já haviam revogado essas leis décadas antes dos anos 1980, e o uso dessas normas foi crucial durante o macartismo dos anos 1950 para expulsar LGBTs de cargos públicos — um período sombrio conhecido como “Lavender Scare”. Wilson também é conhecido por sua oposição ferrenha aos direitos LGBTQIAPN+, tendo chamado o casamento entre pessoas do mesmo sexo de “miragem do mesmo sexo” e, em 2015, afirmado que apoiar essa causa é um problema “muito mais sério” para os cristãos do que apoiar a escravidão.

As ideias reacionárias do pastor vão além da pauta LGBTQIAPN+, incluindo a defesa da submissão feminina e a revogação do direito ao voto das mulheres. O alinhamento de Hegseth com essas posições é coerente com seu histórico na administração Trump, onde liderou políticas como a proibição de pessoas trans no exército e a retirada do nome do ativista Harvey Milk de um navio da Marinha.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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