Coincidência inusitada? Funeral de Charlie Kirk coincide com instabilidade no Grindr na mesma área

No último domingo (21/09, Glendale, no Arizona (EUA), recebeu o memorial de Charlie Kirk, personalidade de direita e podcaster controverso. O evento reuniu dezenas de milhares de pessoas, incluindo políticos de alto escalão alinhados ao movimento de direita e outras figuras públicas vindas de várias partes do país. Durante sua vida, Kirk fez declarações negativas contra a comunidade LGBTQIAPN+, e, mesmo antes de a investigação avançar, membros do Partido Republicano tentaram responsabilizar pessoas trans e a chamada “ideologia trans” pelo trágico episódio que resultou em sua morte.

Enquanto isso, em um fenômeno completamente não relacionado, a plataforma de pegação Grindr apresentou uma quantidade anormal de instabilidades na região de Glendale. Foram mais de 168 registros de quedas do serviço na noite de domingo — um aumento impressionante em comparação com a média usual de apenas dois incidentes. Um mapa de calor mostrou que a maior concentração desses problemas ocorreu justamente na área onde acontecia o memorial, e as interrupções continuaram até a manhã de segunda-feira (22/09), chegando a mais de 200 relatos em determinado momento.

Apesar de não haver qualquer relação direta entre os dois acontecimentos, usuários nas redes sociais não hesitaram em fazer uma associação, por mais improvável que pareça. O que era apenas uma reunião de pessoas em luto acabou coincidindo com um aumento expressivo de gays procurando encontros no mesmo perímetro. A situação chamou atenção justamente pela aparente sobreposição de eventos.

O cenário evidencia hipocrisia e tensões internas: políticos e apoiadores de Kirk podem ser LGBTQIAPN+ e, ao mesmo tempo, sustentar visões homofóbicas ou transfóbicas, enquanto parte da comunidade também reproduz estigmas. Apontar o aumento do uso do Grindr em áreas de concentração de políticos conservadores não é, em si, uma provocação homofóbica, mas sim um reflexo de contradições visíveis e, muitas vezes, absurdas no comportamento de figuras públicas e seus apoiadores.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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