Duda Nunes, icônica drag queen Morsa, morre aos 57 anos após complicações pulmonares
O mundo da arte drag e da televisão brasileira perdeu uma de suas figuras mais carismáticas e memoráveis. Duda Nunes, conhecida artisticamente como Morsa, faleceu na quarta-feira (03/09), aos 57 anos, após complicações do enfisema pulmonar, uma doença pulmonar crônica que faz parte da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). Amiga próxima da artista, Paula Ferreira confirmou a morte, que ocorreu após o agravamento de seu quadro de saúde, incluindo a presença de três nódulos no pulmão. Morsa foi velada e sepultada no Cemitério Municipal da Saudade, em Sumaré, interior de São Paulo.
Morsa se tornou conhecida do grande público ainda nos anos 1980, participando de concursos promovidos pelo Clube do Bolinha e pelo Programa Silvio Santos. Entre as décadas de 2000 e 2010, ganhou ainda mais notoriedade no Programa do Ratinho, no SBT, onde conquistou fãs com suas interpretações dramáticas em quadros de teste de DNA, mostrando humor, irreverência e talento inconfundíveis. Nos últimos dez anos, a artista se afastou da mídia, enfrentando uma depressão profunda após a morte do irmão, além de lidar com outros desafios pessoais.
Em entrevista ao podcast QueenCast, em 2024, Morsa compartilhou parte de sua trajetória e dificuldades. Explicou que o nome artístico surgiu de um apelido: “No início da minha carreira, eu era muito dark, tinha um visual punk e me chamavam de Morcego. De Morcego veio Morsa”, contou. Ela também revelou complicações de locomoção por conta da artrose e falou sobre as perdas que marcaram a última década, incluindo a morte da mãe, Cora, e um incêndio que destruiu sua casa em Campinas (SP).
Além da TV, Morsa se destacou em shows, festas e performances em hotéis, mantendo uma conexão intensa com a comunidade LGBTQIAPN+. Com sua criatividade, irreverência e resiliência, Morsa deixa um legado de inspiração, lembrança e resistência, consolidando-se como uma referência inesquecível na cultura drag brasileira.