Íkaro Kadoshi critica movimento LGB sem T: “Nunca imaginei que essa discussão fosse sequer cogitada”
Íkaro Kadoshi usou suas redes sociais para se posicionar contra o movimento que tenta separar a letra T da sigla LGBTQIA+. Em um reel publicado no Instagram, a drag queen e apresentadora classificou como absurda a ideia de excluir pessoas trans do movimento, chamando-a de uma “loucura” que jamais pensou que teria que enfrentar.
Íkaro não poupou as palavras: “Nunca, eu repito, nunca, eu imaginei que uma discussão dessa seria sequer cogitada: separar LGB do resto da sigla com os motivos mais cruéis e torpes possíveis. Cada um fala por si, mas nunca que vou entender e aceitar essa ideia. E lutarei contra ela.”
Ela também apontou o caráter misógino por trás dessa tentativa de separação: “É uma falta de consciência histórica, somada a uma misoginia absurda e presente. A letra G é o ser mais misógino que conheci.” Para Íkaro, esse movimento repete dinâmicas de exclusão que lembram a infância: “É a volta da criança da 5ª série que, para não sofrer mais, se junta de forma cruel a quem faz bullying para não ser vista. Faz do outro alvo, como se isso a protegesse do resto do mundo.”
A artista ainda destacou que os privilégios de parte da comunidade LGB só existem porque travestis e pessoas trans sempre estiveram na linha de frente da luta. “Se você está com seus privilégios hoje — que não são garantias, diga-se de passagem — você já agradeceu as travestis hoje? Porque pra privilégio ninguém reclama, né?”, questionou.
Com uma trajetória de 25 anos de carreira, que serão comemorados em novembro de 2025, Íkaro consolidou seu nome não apenas como uma das drags mais influentes do país, mas também como referência em representatividade. Sua visibilidade ganhou ainda mais destaque ao apresentar, ao lado de Xuxa Meneghel, o reality Caravana das Drags, exibido pela Amazon Prime Video, que levou a cultura drag para novos públicos em todo o Brasil.
Sua crítica atual reforça a importância de união dentro da sigla e reacende o debate sobre solidariedade entre diferentes identidades. Mais do que um posicionamento isolado, a fala de Íkaro carrega o peso de uma trajetória artística marcada pela resistência e pela defesa incondicional da comunidade LGBTQIAPN+.
Você acha que esse movimento de excluir o “T” da sigla representa um retrocesso para a luta LGBTQIA+?