Linn da Quebrada dá nome a novo centro de estudos de gênero e diversidade sexual da UFBA
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou a criação de um novo centro acadêmico dedicado aos estudos de gênero e diversidade sexual — e o espaço levará o nome de Lina Pereira, nome social da cantora, atriz e ativista Linn da Quebrada. A homenagem reconhece a importância da artista como símbolo de resistência, representatividade e transformação social no Brasil.
Segundo a universidade, o Centro Acadêmico Lina Pereira nasce com o objetivo de fortalecer o debate sobre sexualidade, corpo, arte e identidade dentro do ambiente acadêmico, estimulando o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento. A escolha do nome celebra uma trajetória marcada por coragem, sensibilidade e luta por visibilidade para pessoas trans e travestis no país.
Linn, que construiu sua carreira cruzando música, performance e militância, sempre usou a arte como ferramenta de questionamento e emancipação. Ao longo dos últimos anos, se consolidou como uma das vozes mais potentes da cultura brasileira contemporânea, abordando temas como racismo, transfobia e desigualdade social em suas letras e falas públicas.
A iniciativa da UFBA foi recebida com entusiasmo nas redes sociais, com fãs e ativistas destacando o caráter histórico do gesto. Para muitos, ver uma artista trans, preta e periférica ter seu nome eternizado em uma instituição pública de ensino representa um marco de reparação e reconhecimento.
A iniciativa da UFBA foi recebida com entusiasmo nas redes sociais, com fãs e ativistas destacando o caráter histórico do gesto. Para muitos, ver uma artista trans, preta e periférica ter seu nome eternizado em uma instituição pública de ensino representa um marco de reparação e reconhecimento. Entre os comentários, uma seguidora escreveu que “ver a universidade abrindo espaço para corpos e narrativas que historicamente foram silenciados é o tipo de mudança que inspira”, sintetizando o sentimento coletivo de orgulho e emoção que a homenagem gerou.
A própria Linn respondeu de forma emocionada à homenagem, agradecendo o carinho e destacando a importância de ocupar espaços acadêmicos com afeto e consciência política.
O novo centro, que será voltado à pesquisa, extensão e formação de grupos de estudo, também reforça o papel das universidades públicas na promoção da diversidade e dos direitos humanos. Em tempos de retrocessos e discursos de ódio, a decisão da UFBA é vista como um sinal de resistência e avanço — uma forma de afirmar que o saber também é político, múltiplo e diverso.
Com o Centro Acadêmico Lina Pereira, a Universidade Federal da Bahia dá um passo simbólico e poderoso em direção à inclusão, à valorização das identidades trans e à ampliação das vozes que constroem o conhecimento.