“Meu Nome é Tiana”: novo documentário da HBO Max celebra a história da travesti mais idosa do Brasil

Estreia nesta segunda-feira (10), na HBO Max e no canal TLC, o curta-metragem documental Meu Nome é Tiana, dirigido por Dafny Bastet. A produção apresenta ao público brasileiro a trajetória comovente de Tiana, travesti negra de 92 anos, reconhecida como a mais idosa do país. Moradora de Governador Valadares (MG), Tiana surge como símbolo de fé e dignidade, transformando o Vale do Rio Doce em palco de uma história que atravessa o preconceito com serenidade e amor.

Entre rezas na paróquia e encontros com a comunidade LGBTQIAPN+, o documentário revela uma mulher cuja espiritualidade católica se entrelaça à força de quem sobreviveu a tempos em que a existência trans era ainda mais negada. Nas mãos sensíveis da diretora valadarense Dafny Bastet — artista multimídia e integrante do coletivo House of Bastet —, a rotina de Tiana ganha contornos poéticos, iluminando o direito de envelhecer com orgulho e identidade em um país que ainda lidera as estatísticas de violência contra pessoas trans.

Com fotografia delicada e trilha sonora envolvente, Meu Nome é Tiana costura religiosidade e afeto, fé e pertencimento. O curta transforma o cotidiano da protagonista em um testemunho poderoso de resistência, enquanto o Brasil começa, pouco a pouco, a reconhecer suas heroínas fora dos circuitos de glamour. O filme integra a segunda edição do programa Narrativas Negras Não Contadas – Black Brazil Unspoken, iniciativa da Warner Bros. Discovery Access dedicada a impulsionar novos talentos negros no audiovisual.

Parte de uma trilogia que inclui Camisa 9, de Guilherme Baptista, e Melodia Ancestral, de Beatriz Costa, a obra destaca-se pela presença luminosa de Tiana — mulher de fé inabalável e sorriso sereno que resiste ao tempo. Meu Nome é Tiana nasce como registro histórico e gesto de afeto. Um presente de Governador Valadares para o Brasil e um lembrete potente de que viver, para tantas pessoas trans, é um ato diário de coragem e beleza.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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