Promessa da canoagem é afastado por dois anos por vídeo explícito e por usar OnlyFans para financiar carreira

O jovem canoísta britânico Kurts Adams Rozentals, de 23 anos, viu seu sonho olímpico ser interrompido após receber uma suspensão de dois anos de todas as competições e treinos oficiais. A decisão, revelada pela BBC, surge depois de meses de tensão entre o atleta e a federação britânica de canoagem, que já havia o pressionado a abandonar seu perfil no OnlyFans, plataforma que ele usava para conseguir se manter financeiramente enquanto buscava vaga nos Jogos Olímpicos. A polêmica explodiu quando Rozentals compartilhou, em março, um vídeo considerado de teor sexual dentro de um avião, publicado em seu Instagram.

Segundo o painel disciplinar da federação, o conteúdo teria “trazido sério descrédito ao esporte” e configurado má conduta grave. Com isso, além de perder o direito de competir, ele já havia sido excluído do programa de elite da entidade, que oferecia uma bolsa anual de 16 mil libras (aproximadamente R$ 113 mil). A federação reforçou que a punição veio após uma investigação independente, destacando que o atleta admitiu ter divulgado material explícito publicamente e que sua conduta violou a política de comportamento moral e uso adequado de redes sociais da instituição.

Rozentals, que ganhou destaque por seu talento nas águas, afirma que o vídeo não deveria ser razão para acabar com sua carreira. Em entrevista, classificou a punição como “muito extrema” e relacionou sua presença no OnlyFans à falta de apoio financeiro no esporte de alto rendimento. “Essa proibição jamais teria acontecido se os atletas recebessem financiamento adequado”, disse. Ele relatou ainda que, entre janeiro e maio deste ano, já havia arrecadado mais de 100 mil libras com a plataforma, valor que finalmente permitiu custear seus treinos e ajudar sua mãe, que sempre o apoiou.

Questionado sobre arrependimento, Rozentals reconheceu que talvez não publicasse o vídeo hoje, mas ressaltou o contexto de vulnerabilidade em que estava. “Foi a primeira vez que consegui pagar meu próprio treinamento. A primeira vez que pude dar algo de verdade para minha mãe, depois de ela ter sacrificado tanto. E isso veio de vídeos malucos como aquele.” Ainda sem perspectivas claras para o futuro esportivo, o canoísta agora se vê entre a reconstrução da carreira e a defesa da liberdade de explorar plataformas digitais como meio de sustento.