Emboscada! Jornalista hétero usa Grindr para expôr atletas gays nas Olimpíadas
Um jornalista do site “The Dayle Beast”, decidiu investigar a vida privada dos atletas olímpicos durante os Jogos do Rio e descobriu que alguns deles ainda estavam dentro do armário. Com o título de “Eu consegui três encontros no Grindr em uma hora na Vila Olímpica”, Nico Hine, que é hétero, revelou com detalhes o que aconteceu quando ele abriu o aplicativo de paquera Grindr no local.
No texto, ele descreve as respostas que recebeu e, embora não revelasse nomes, o jornal americano “The New York Times” disse que não era difícil adivinhar quem eles eram. O artigo trazia, ainda, informações que poderiam identificar com quem Hines conversou, o que poderia causar potenciais problemas para os atletas – muitos deles menores de idade e residentes em países onde é crime ser gay.
O nadador Amini Fonua, de Tonga, país onde os LGBTs são violentamente criminalizados, usou seu perfil no Twitter para condenar a atitude de Hines ao expor a vida privada dos atletas. “Algumas dessas pessoas que você tirou do armário são meus AMIGOS. Com família e vidas que serão afetadas para sempre“, disparou Amini, que publicamente se declara homossexual.
“Imagine um espaço onde você pode ser você mesmo, se sentir seguro, sendo arruinado por alguém que acha que tudo é brincadeira?“, escreveu o nadador em outro post. “Nenhum heterossexual saberá alcançar a dor de revelar a sua verdade. Não tenho nem palavras, só consigo chorar“, complementou
“Vergonha deste lixo desumano que achou que seria divertido colocar em risco a vida dos atletas desta vila“, detonou Amini. Já no Instagram, o nadador resolveu publicar uma foto em resposta a Hines, exibindo seu bumbum: “Ei, Nico Hines e Daily Beast – se vocês estavam procurando no Grindr por fogo no rabo (e não vejo outro motivo para vocês estarem lá), vocês têm o meu aqui em toda sua glória. Agora, beijem-na e vão se f**er“.
Diante de tamanha repercussão, o “Daily Beast” fez diversas edições na tentativa de preservar os atletas. Mas na noite de quinta-feira decidiu remover o artigo. “Nossa esperança é que a remoção de um artigo que está em conflito com os nossos valores e com aquilo que aspiramos como jornalistas irá demonstrar o quão sério levamos o nosso erro. Estávamos errados. Vamos fazer melhor”, disse uma nota assinada pelos editores. O autor da reportagem não quis comentar o assunto.