Ian Belisario, tatuador trans, monta vaquinha virtual para cirurgia que complementa seu processo de transição

O tatuador de Niterói, região metropolitana do Rio, Ian Belisario montou uma vaquinha virtual para arrecadar metade do valor necessário pra sua cirurgia de mamoplastia.

Ian Belisario é um homem transexual heterossexual que, aos 21 anos de idade, entendeu ser necessário fazer a cirurgia de mamoplastia – retirada dos seios – para, assim, complementar seu processo de transição.

Tivemos a oportunidade de conversar, de maneira informal com Ian, pra entender o que se passa em sua vida atualmente e o que o motivou a tomar essa decisão.

Foi aos 16 anos de idade, no auge da sua puberdade, que Ian se entendeu homem transexual heterossexual, e, 1 anos depois, aos 17 anos, teve coragem e firmeza de se abrir sobre seu gênero com sua família, porém demorou um ano para que seus pais o aceitassem como homem trans. Então, aos 18 anos, com total apoio e respeito de sua família, Ian começou seu processo de transição, com terapia hormonal e acompanhamento psicológico, primeiramente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), atualmente pela rede particular. Quando questionado do motivo de ter saído do SUS, ele explica: “não foi per descaso, preconceito ou destrato, de forma alguma, mas por uma falta de infraestrutura em si, falta de profissionais para atendimento, demora no agendamento de novas sessões, o que pra mim não estava sendo compatível com meu processo, então preferi ir para a rede particular de saúde”.

Atualmente, mesmo com sua passabilidade – “termo usado entre pessoas trans que se refere quando um homem ou uma mulher trans são lidos socialmente como um homem ou mulher cisgênero, o que permite que a gente tenha alguns privilégios que já deveríamos ter independente disso, como por exemplo, usar o banheiro público sem ser encarado ou deslegitimado” – muito bem aceita e respeitada por todxs, familiares, amigxs, ou qualquer outra pessoa que o veja/conheça na rua, por exemplo, Ian sente a necessidade de passar por um procedimento cirúrgico, para se sentir mais completo.

Quando perguntamos se Amber (atual companheira de Ian) o aceita, ainda que com os seios, o tatuador afirma que sua namorada ama seu corpo, independe de como ele seja. Mesmo não sofrendo qualquer tipo de preconceito vindo de sua companheira atual, Ian entendeu que a cirurgia o tornará mais feliz e completo. O mesmo acontece no que diz respeito à sua companheira: “pra mim é indiferente ela operar ou não, vai continuar sendo uma mulher e o pensamento dela é o mesmo”.

Há cerca de 1 ano, Ian está em um relacionamento monogâmico (Ian faz questão de frisar essa parte) com Amber (24 anos), mulher transexual heterossexual, que o apoia firmemente na sua decisão, “nossa relação é bem empática, sempre falamos sobre cirurgias que o outro quer fazer e sempre concordamos que a gente se ama, independente de fazer ou não essas modificações (cirurgias)”.

“Acho que seria interessante, pra as pessoas saberem que pessoas trans se relacionam entre si e que sexualidade não está associada ao gênero. Ainda existe essa duvida, as pessoas acham muito que travesti não sai com homem trans por causa do genital e vice-verso. O fato de mencionar que sou hetero e namoro uma trans, também reforça que mulheres trans são mulheres” finaliza Ian.

O tatuador deixa livre o valor de colaboração para sua cirurgia, porém, as pessoas que colaborarem com o valor igual ou superior a R$150,00 ganham, como contra partida, uma tatuagem feita pelo próprio rapaz. A vaquinha virtual estará no ar até o dia 23/12/2019 ou seja, dá inclusive pra você dar um presentão de natal pra ele! #FicaDica

Se você quer ajudar na vaquinha virtual, com qualquer quantia, ou até mesmo conhecer um pouco mais sobre a história de vida do Ian, é só clicar aqui.

Vino

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Arquiteto, DJ, VJ, Produtor de Eventos e redator colaborador de conteúdos sobre diversidade LGBTI+ do portal Pheeno.com.br! #MandaAssunto

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