Casal gay é espancado com pá após abraço e alega homofobia

Mais um caso de homofobia em São Paulo, dessa vez em Araraquara. Um casal alega ter sido agredido com chutes, socos e golpes de pá por dois homens, na madrugada de domingo (12/03), após terem se abraçado em uma praça no bairro Melhado.

Douglas Braga, de 22 anos, e Pablo Marton, de 23 anos, ficaram com vários hematomas no corpo e registraram boletim de ocorrência no 4º Distrito Policial na terça-feira (14/03). Eles acreditam que a violência foi motivada por homofobia. Os jovens estavam em uma festa, próximo à casa de Marton, no mesmo bairro onde ocorreu a agressão. Quando foram embora, por volta das 3h, se abraçaram e foram abordados pelos agressores.

“Quando nos abraçamos eles disseram: ‘são duas bichinhas’. Um deles deu um chute na minha costela, o outro veio por trás e chutou a cabeça do Douglas. Depois bateu na cabeça dele com uma pá”, contou Marton. O casal retornou ao local da festa em busca de ajuda. “Quando chegamos lá o Douglas desmaiou. Deu um tumulto na frente da festa e nossos amigos foram falar com os caras que nos agrediram. Eles disseram que estavam separando uma briga nossa, mas é mentira, eles viram a gente se abraçar e começaram a bater”.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e Braga foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central, onde tomou pontos na cabeça e ficou em observação até às 12h. Segundo Marton, no mesmo dia um dos agressores foi até a casa dele para fazer ameaças. “Eu moro no bairro desde sempre. Conheço os agressores de vista, mas nunca tinha tido problema com eles. Um foi na minha casa e disse para a minha mãe me dizer que era para eu botar um ponto final nessa história”.

O casal, que está junto há 1 ano e 9 meses, teme novas agressões. “Nunca imaginei que ia passar por isso, nem verbalmente a gente tinha sido agredido. Quero muito que a gente possa andar na rua com segurança. Só isso. Eu tenho que dar uma volta enorme para chegar na minha casa para não ter que passar perto da casa dele”, afirmou Marton.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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