Grindr entrega dados sobre HIV dos usuários a terceiros, garante ONG Norueguesa

Como forma de dar mais segurança aos relacionamentos, o aplicativo de pegação gay Grindr permite que os usuários compartilhem informações sobre contaminação ou não pelo HIV e a data do último teste. Esse dado, extremamente sensível e particular, serve para informar futuros parceiros em potencial, mas estava sendo compartilhado pela companhia com duas empresas contratadas para otimizar o algoritmo.

A revelação foi feita por Antoine Pultier, pesquisador da ONG norueguesa Sintef, ao site BuzzFeed. Os dados armazenados pelo Grindr, que tem mais de 3,6 milhões de usuários diários, foram repassados para as empresas Apptimize e Localytics. Segundo Pultier, as informações sobre o HIV foram enviadas junto com geolocalização, número de telefone e e-mail, o que torna possível a identificação das pessoas.

“O status sobre HIV está ligado a todas as outras informações. Esta é a principal preocupação”, disse Pultier, ao BuzzFeed. “Eu acho que isso é incompetência de alguns desenvolvedores que enviaram tudo, incluindo os dados sobre HIV”, continuou. O app admitiu que realmente trabalha com essas duas empresas para entender melhor a sua base de usuários, mas disse que existem proteções contratuais que garantem a privacidade dos usuários.

Logo após a revelação, Scott Chen, diretor de tecnologia do Grindr, publicou um texto no blog da companhia defendendo a prática, afirmando que o compartilhamento de dados com a Apptimize e a Localytics segue padrões da indústria para “testar e validar” o funcionamento do aplicativo. Pouco após a divulgação da explicação, a empresa decidiu encerrar o compartilhamento de informações sobre HIV com as duas firmas.

Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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