24ª Parada do Orgulho LGBTI Rio terá como tema “Pela democracia, liberdade e direitos: ontem, hoje e sempre”

A 24ª Parada do Orgulho LGBTI+ Rio está confirmada para o dia 22 de setembro, em Copacabana. Neste ano, o evento que costuma reunir mais de um milhão de pessoas na orla da praia mais famosa do mundo, começa mais cedo: 11h. O tema é “Pela democracia, liberdade e direitos: ontem, hoje e sempre” e faz referência aos 40 anos do movimento LGBTI no Brasil e 50 anos da Revolta de Stonewall, em Nova Iorque.

Organizada pela ONG Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, a Parada LGBTI+ Rio 2019 vem com o desafio de aliar festa, exaltação às liberdades individuais, o respeito à diversidade e a conscientização para que o recente reconhecimento da criminalização da discriminação e da violência contra LGBTI seja respeitado: para isso um conjunto de atrações artísticas, ações de prevenção às IST/HIV/Aids e educativas sobre direitos LGBTI+ estão previstas.

Neste ano a Parada tem como objetivo celebrar os 50 anos de luta no mundo e os 40 no Brasil. Iremos para a avenida para agradecer e celebrar, mostrando nossa história e os poucos direitos e avanços que conquistamos, mas que são vitórias pra gente. Dia 22 estaremos nos afirmando como seres humanos, mesmo diante de um quadro retroativo na área dos direitos humanos. Temos muito o que fazer e não deixaremos de lutar nunca”, reforçou Almir França, presidente do Grupo Arco-Íris.

Resistindo às opressões e a carência de apoio público e privado, inclusive financeiro, a Parada LGBTI+ Rio compensará com muita energia e gritos de respeito e liberdade com um belíssimo momento de luta pelo direito de amar quem quisermos. “No cenário político que estamos vivendo, onde vemos o recrudescimento de políticas públicas, dos direitos, onde se vê as questões dos direitos trabalhistas sendo jogadas no lixo, onde se vê cada vez mais a violência e o desrespeito ao ser humano aumentando, é mais que importante que a gente vá para a rua celebrar o orgulho, celebrar a vida”, afirma Julio Moreira, diretor sociocultural do GAI.

Ações de cidadania, prevenção e saúde

A construção do evento acontece de maneira coletiva e conta com a participação de um corpo voluntariado. Desde a ideia, passando pela organização estrutural até a desmontagem dos trios, o Arco-Íris contará com voluntários para organizar e fazer acontecer uma das maiores manifestações do Brasil. Entre os serviços que o voluntariado prestará durante a marcha, estão as ações de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV e Aids.

O GAI distribuirá ainda 60 mil preservativos femininos e masculinos, gel lubrificante e folhetos informativos sobre prevenção. Ainda haverá vacinação contra a Hepatite B. As ações são uma parceria com a Coordenadoria Geral de Atenção Primária da Área Programática – CAP 2.1 da Secretaria Municipal de Saúde e a Gerência DST / Aids, Sangue e Hemoderivados da Secretaria Estadual de Saúde.

Movimento no Brasil completa 40 anos

Em 2019 o movimento LGBTI brasileiro celebra 40 anos. Ele se iniciou na década de 70, em meio a Ditadura, com reuniões em espaços como sindicatos, universidades, casas de amigos, clubes e bares. Os encontros resultavam em pequenas publicações que falavam e retratavam o cotidiano de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Já nos anos 80, o movimento ganhou força com a epidemia de Aids que o mundo vivia. Com o estigma de que somente pessoas LGBT viviam com o vírus, os grupos começaram a se reinventar e, em 90, a luta dos LGBT ganhou força quando empresas passaram a investir em movimentos que apoiavam as pessoas soropositivas.

A população LGBTI+ já conquistou alguns direitos por meio do poder judiciário, como o casamento LGBTI, direito à identidade de gênero e alteração do nome para travestis e transexuais e, recentemente, a equiparação do crime Lgbtifobia ao racismo. Apesar disso, o Congresso Nacional se mantém omisso diante dos nossos direitos e as políticas públicas para o enfrentamento da discriminação e violência são frágeis e incipientes. Esse ano a edição da Parada quer levantar a importância da democracia e da liberdade como valores fundamentais para a promoção dos direitos de todas as pessoas num momento de aumento do ódio e da discriminação“, analisa Cláudio Nascimento, fundador e coordenador da Parada.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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