ONG lança campanha de financiamento para criar em SP 1° Centro de Convivência e Referência para LGBT50+
A ONG Eternamente SOU lançou uma campanha de financiamento coletivo para conseguir inaugurar, em São Paulo, o primeiro Centro de Convivência e Referência para pessoas LGBT em processo de envelhecimento – ou seja, com mais de 50 anos.
A ONG, que é referência nacional para a promoção de qualidade de vida a idosos LGBT+, lançou o financiamento na plataforma Benfeitoria. A campanha conta com um vídeo principal e outros 5 micro-documentários que apresentam a vida de quatro pessoas beneficiadas pela ONG: Amanda, Dora, Ricardo e Newton. As doações vão de 20 a 100 reais mensais. Além das doações únicas.
A meta inicial é arrecadar 20 mil reais por mês para conseguir pagar os gastos mínimos do espaço. Conforme a meta aumenta, aumentam também os benefícios para a população LGBT50+ – laboratório de informática, contratação de oficineiros fixos e um sistema de som e karaokê estão entre os objetivos adicionais.
Por que doar?
Em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo (OMS), mas ainda carece de políticas públicas que garantam um envelhecimento tranquilo. Segundo o IBGE, de 2012 a 2017, a população idosa cresceu 19,5%. No mesmo período, o número de homens e mulheres com 60 anos ou mais em albergues públicos cresceu 33%. Ou seja: envelhecer no Brasil é um desafio. E sabemos que ser LGBT também – afinal, somos um país que mata uma pessoa LGBT a cada 19 horas (fonte: Grupo Gay da Bahia), e campeão no assassinato de pessoas trans (fonte: ONG Transgender Europe).
Agora imagine envelhecer como LGBT no Brasil. Na soma dessas duas experiências de exclusão, aparecem outras questões que podem tornar esse processo extremamente difícil.
Alguns exemplos:
– Abandono e/ou não aceitação da família,
– Não existência de filhos (lembrando que a adoção por casais LGBT só foi legalizada em 2010),
– Falta de acesso aos bens de um parceiro ou parceira que eventualmente falece,
– Sentimento de rejeição,
– Solidão,
– Invisibilidade,
– Moralização da sociedade com o idoso, que pode dificultar o contato com a própria sexualidade,
– E até mesmo preconceito e exclusão dentro da própria comunidade LGBT.
Para muitas pessoas LGBT com mais de 50 anos (ou, como chamamos, LGBT50+), essas questões podem forçar uma “volta ao armário”, em troca de um envelhecimento minimamente digno. E é justamente para evitar isso que a ONG Eternamente SOU existe e resiste! Vamos colaborar? Ajudar? Compartilhar essa notícia? Fazer a diferença na vida dos nossos semelhantes?! Faça a sua doação clicando AQUI!