Grupo de LGBTs são espancados por desrespeitar quarentena em Uganda
A polícia de Uganda prendeu 20 LGBTs que desobedecerem as regras de quarentena e distanciamento social por causa da pandemia do coronavírus (Covid-19).
Segundo publicação do jornal Extra, os 14 gays, dois bissexuais e quatro mulheres trans foram presos neste domingo (29/03), na Fundação Crianças do Sol de Uganda em Kyengera, localizada nos arredores de Kampala, capital do país. A polícia disse que o grupo estava desobedecendo as restrições, em relação ao distanciamento social, aplicadas para diminuir a disseminação do novo coronavírus.
O abrigo tinha uma clínica, e algumas das vítimas estavam recebendo tratamento após um ataque no ano passado no bar gay Ram, em Kampala. Os membros da comunidade LGBTQ+ foram espancados e forçados a fazer uma “caminhada de vergonha” pela vila desde o seu abrigo até o Posto de Polícia de Nkokonjeru no conselho da cidade de Kyengera, a cerca de 20 minutos de carro da cidade de Kampala.
O porta-voz da polícia, Patrick Onyango, negou as alegações feitas pelos ativistas LGBT + de que eles foram alvos de acusação por causa da orientação sexual. Os moradores disseram à BBS TV que os membros do abrigo tinham um “maneirismo anormal”. “Eles andam como meninas” e “eles usam maquiagem” foram alguns dos comentários dos moradores.
É importante ressaltar que em Uganda, um dos países mais difíceis para as minorias sexuais, relações sexuais entre o mesmo sexo podem acarretar em prisão perpétua. Em outubro de 2019, um ministro propôs a introdução da pena de morte para relações sexuais entre homossexuais. O governo negou ter planos de aceitar a proposta após ela ser condenada por órgãos internacionais.