Jovens denunciam homofobia em abordagem da Guarda Municipal no litoral de São Paulo
Foto: Arquivo Pessoal
Três jovens relatam terem sido vítimas de homofobia durante uma abordagem da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Vicente, no litoral paulista. Segundo as vítimas, dois meninos gays e uma mulher trans, eles foram chamados de “viados” pelos guardas e abordados de forma truculenta na rodoviária do município.
Em conversa com o G1, João Pedro da Silva Loureiro, de 20 anos, e Luanderson Almeida Leite, de 25, relatam que estavam na rodoviária, no dia 15 de julho, esperando o ônibus da amiga Nathalia Lima, de 20 anos, que voltaria para Sorocaba (SP), cidade onde mora. Segundo eles, enquanto aguardavam a partida do veículo, três guardas municipais, sendo dois homens e uma mulher, chegaram ao local. “Nós estávamos com a ponta de uma maconha, e eles viram. Mas antes, já estavam olhando a gente fixamente, eu já estava com medo pela forma que olhavam“, diz João Pedro ao portal. De acordo com os amigos, os guardas passaram a gritar e ofendê-los, dizendo “seus viados“, “seus pu***”. Eles relatam, também, que os agentes de segurança estavam com as pistolas nas mãos o tempo todo.
Ainda de acordo com os jovens, os dois guardas homens pegaram a mochila de Nathalia e jogaram tudo o que estava guardado no chão. “Nesse momento, eles perguntaram para mim e para o meu amigo se éramos transformistas. Relatamos que era da Nathalia, nossa amiga, e que ela era transexual e retornaria para a cidade dela. Nesse momento, eles falaram ‘então é tudo viado’, e que ela ‘devia ir dar o c* em outro local, bem longe de São Vicente’“, conta João Pedro, que teve a camisa rasgada durante a abordagem truculenta dos guardas. De acordo com eles, a GCM mulher foi a única que não os ofendeu e nem os xingou em nenhum momento.
Em nota, a Guarda Civil Municipal afirma que iniciou os procedimentos administrativos para apuração dos fatos, e reitera que os agentes passam, anualmente, por cursos de capacitação sobre condutas e práticas nas ações cotidianas. “É muito dolorido sofrer homofobia, ainda mais por parte de pessoas que deveriam garantir nossa segurança, isso nos deixa com medo e oprimidos“, lamentou João.