Febre entre as crianças, brinquedo vira alvo de conservadores por possuir as cores da bandeira LGBTQ+
Foto: Freepik
O pop-it, brinquedo de silicone com as cores do arco-íris que virou febre entre as crianças, principalmente depois da pandemia, passou a ser encarado como um alvo dos conservadores nas últimas semanas.
Em vídeo publicado no YouTube, um pastor relaciona o brinquedo às cores da bandeira LGBTQIA+ e acusando o movimento de querer “destruir a família“. Nas redes sociais, outros internautas repetiram a mesma associação. Alguns dos vídeos chegam a ter mais de 100 mil visualizações. A teoria ganhou força na internet após Rafael (que preferiu não divulgar o sobrenome) comprar o brinquedo para sua filha, Manoela, que vive com a mãe evangélica em Niterói (RJ). Dias depois de presentar a filha, ela disse que havia desistido do presente. “De repente, ela começou a falar que o pop-it é do diabo, que é para separar a família. Fiquei aterrorizado. A criança é pura, não tem esse tipo de maldade. Ninguém pode ficar colocando isso na mente dela“, disse Rafael em entrevista ao Extra. “É só um brinquedo de plástico que está na moda, para se divertir“.
Separado e com uma nova família, Rafael mora na Cidade de Deus, no Rio. Depois que Manoela recusou o brinquedo, ele decidiu presentar a filha mais nova. “Aqui na minha casa não discriminamos ninguém. Cada um vive sua vida como quiser. É uma pena que minha filha cresça aprendendo a odiar o que é diferente“, lamentou. A fabricante do brinquedo se disse surpreso com a polêmica e que não acredita que isso vá atrapalhar o negócio, que já vendeu mais de 200 mil unidades desde agosto. “Isso é besteira. Não vai mudar nada para a gente. Nossa linha de negócio continua: produzir produtos bons que atendem ao público. Tivemos a felicidade de enxergar o pop-it antes e continuamos fechando novos negócios“, disse Gonzaga Pontes, diretor da Luka Plásticos, que é a primeira a lançar a versão brasileira do objeto.